Turismo cearense tem participação de 5% no PIB estadual e índice deve aumentar nos próximos anos

29 de junho de 2018 - 08:02

“O segmento de turismo no Ceará, que está inserido na atividade de Serviços, é responsável por cinco por cento do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. É uma participação importante na economia que deve aumentar nos próximos anos, sobretudo em decorrência do hub aéreo. O Ceará é o primeiro estado do País a ter o trabalho Conta satélite de Turismo, voltado para mensurar a participação do setor na economia, bem como dos seus produtos característicos e relativas participações em percentual”. A afirmação é do pesquisador associado do Núcleo de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV), Cláudio Monteiro Considera.

Ele e diretor Geral do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), professor Flávio Ataliba, foram palestrantes no Seminário “Novos Turistas Novos Desafios”, realizado pela Secretaria de Turismo do Ceará no Centro de Eventos. Eles abordaram, respectivamente, “Conta Satélite de Turismo-Ceará/2013 – (CST)” e “O impacto Econômico do Turismo no Ceará”. Flávio Ataliba afirmou que, com a perspectiva de “boom” do turismo impulsionado pelo hub, fundamental para potencializar e conquistar novos mercados, o Estado tem que listar os principais desafios decorrentes da expansão, a fim de aproveitar, da melhor forma possível, o desenvolvimento da atividade.

De 2013 – ano base para realização do CST – para 2018, o turismo cearense passou por incremento, mas a participação de cinco por cento do setor no PIB está praticamente inalterado, mesmo porque “se o Produto Interno Bruto Cearense cresce, cresce também o volume do setor de turismo. Da mesma forma se ocorrer de forma inversa”. Cláudio Considera reconhece que haverá, sem dúvida, aumento do índice, que deve ocorrer paulatinamente. E o hub aéreo, com certeza, trará mais riqueza para o Estado, pois haverá mais aporte de turistas. Ele observa que, a exceção de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, que têm produção industrial significativa, os demais têm no Serviços – onde o turismo está embutido –  seu principal suporte (Indústria, Serviços e Agropecuária são o tripé do PIB).

Além do hub aéreo, Cláudio Considera também destaca como de fundamental importância o “stopover” –  uma parada no meio da viagem, para que o passageiro possa passar um tempo em uma cidade de conexão – para a geração de riqueza. “O stopover é super interessante, pois é uma forma convencer o turista a ficar no Ceará, conhecer suas belas praias e empreendimentos turísticos, beneficiando, assim, todos os segmentos que compõem o setor, como serviços de alimentação, alojamento, transporte, pescado industrializados, calçados e artefatos de couro e muito outros”. Para ele, o hub aéreo (Air France/Latam e Gol) foi “uma secada genial do Governo do Estado do Ceará e as negociações para viabilizar o stopover também.”

TRABALHO

A Conta Satélite de Turismo-Ceará/2013 é importante para o Estado, pois mensura o tamanho do setor cearense e sua participação no PIB – frisa Cláudio Considera. “Muitos pensam que o setor é maior; outros afirmam ser menor, quase insignificante, mas o estudo traz os números corretos. Temos de considerar que o turismo envolve uma série de atividades para atender as pessoas que vem de fora para o Ceará e por diferentes razões, embora a principal seja o lazer. O trabalho aborda justamente isso, também colocando a questão sob o ponto de vista internacional, até mesmo porque usamos uma metodologia das Nações Unidas, que é comparável internacionalmente. Caso contrário, cada um criaria sua própria metodologia, comparando coisas que não podem ser comparadas”.
Ele chama atenção que o setor de turismo não pode ser relegado ao segundo plano, pois gera riqueza importante para o Ceará, empregando, inclusive, 6,6 por cento da população cearense. Algumas atividades do setor, evidentemente, contribuem mais que outra, como, por exemplo, transporte aéreo, alimentação (fora da residência).  “Tanto turistas e residentes vão a restaurantes. Para separar isso usamos estatísticas paralelas, complementares, para fazer a diferenciação. A partir do momento que é identificado a participação dos residentes (no estado) no segmento alimentação, o restante é o consumo dos visitantes”. Tudo isso para dimensionar, ou seja, ter realmente o dado relativo aos turistas. No caso da alimentação, a participação é de 56 por cento (do índice de cinco por cento do PIB do turismo). Os trabalhos completos de Cláudio Considera e Flávio Ataliba já podem ser acessados no www.ipece.ce.gov.br.

Apresentações:

– Impacto do Turismo na Economia Cearense – Flávio Ataliba (Diretor Geral do IPECE)

– Conta Satélite de Turismo – Cláudio Monteiro Considera (Economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas – IBRE/FGV)

 

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