Novo trabalho do Ipece revela indicadores sobre educação e mercado de trabalho entre jovens

18 de outubro de 2023 - 16:18

No quarto trimestre de 2022, a média móvel da frequência escolar para jovens entre 15 e 29 anos foi de 34,15%, resultado que ao ser comparado a igual período de 2018 representou crescimento de 1,40%, enquanto curto prazo houve uma redução de -2,4%.  Tais variações ainda são um reflexo de um ajuste no cenário pós-pandemia. Quando comparado ao Nordeste (35,77%) e ao Brasil (36,17%), o Ceará ainda apresentou uma média inferior. Já a média da frequência escolar bruta ao final de 2022 correspondeu a 91,34% dos estudantes entre 15 e 17 anos, decorrência de uma variação positiva de 3,8%, entre 2018/T4 e 2022/T4.

Enquanto a frequência escolar bruta foi ligeiramente inferior à média nacional, esta mesma média para a frequência escolar líquida, entre 2018 e 2022, manteve-se superior à média nacional (68,05%) e regional (62,29%), chegando em 2022/T4 a 71,78% destes jovens. Portanto, o Ceará apresentou a menor distorção idade-série desde 2018. A análise está no Boletim Trimestral da Juventude (4º Trimestre/Ano 2022) publicado pela Diretoria de Estudos Sociais (Disoc) do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), que é vinculado à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do Governo do Estado do Ceará.

Média móvel da proporção de jovens (15 a 17 anos) frequentando a escola

O estudo revela que entre as médias de jovens com etapa de ensino concluída, em termos de variação, a média entre jovens com 25 e 29 anos se destaca tanto pelo crescimento no curto (+5,53%), quanto no longo prazo (+29,5%), chegando a 2022/T4 com uma média de 17,02% de jovens com nesta faixa etária com o ensino superior completo. Enquanto, entre jovens com 15 a 17 anos, a média destes com ensino fundamental completo chegou a 77,95% destes jovens. Com uma média um pouco inferior, entre os jovens com 18 a 29 anos corresponde a 69,28% deles.

Média móvel da proporção de jovens (15 a 29 anos) analfabetos

Já a média móvel de jovens analfabetos no Ceará (1,64%) apresentou reduções no curto (-13%) e no longo prazo (-8%). Por conseguinte, distanciando-se da média regional 1,64%) e voltando a aproximar-se da média nacional (0,88% dos jovens).  Por sua vez, o número médio de anos de estudo entre jovens cearenses de 18 a 29 anos de idade correspondeu a 11,46 anos no período analisado, significando que o jovem cearense, em média, apresentou o ensino médio incompleto.

MERCADO DE TRABALHO

Com relação ao mercado de trabalho, o Ceará, segundo o documento, o Ceará segue apresentando um aumento (+7% no longo prazo e +5,2% no curto prazo) na proporção de jovens de 15 a 29 anos fora da força de trabalho (47%) em 2022/T4. Desta forma, segundo o analista de Políticas Públicas Victor Hugo de Oliveira, autor do trabalho, o Ceará registrou a maior proporção destes jovens quando comparado ao Brasil (35,93%) e Nordeste (45,36%).  Entre aqueles pertencentes à força de trabalho, porém desocupados, tal proporção correspondeu a 13,66%, segue-se observando uma redução expressiva no curto prazo (-31%) e no longo prazo (-31,21%), ficando abaixo da proporção nacional de jovens desocupados (13,87%).

A proporção de jovens empregados informalmente somou 62,32% do total de jovens ocupados no mercado de trabalho em 2022/T4. Este indicador apresentou variações positivas no curto (0,76%) e no longo prazo (6%). O rendimento médio real de todas as fontes correspondeu a R$ 1.229,74, em 2022/T4. No longo prazo, foi possível observar uma variação positiva expressiva de 26%. A diferença entre a remuneração de jovens empregados no setor formal (R$ 1.686,33) e informal (R$ 967,3) correspondeu a 719 reais, ou seja, redução de 6% (43 reais), quando comparado a esta diferença em 2022/T4.

NÃO ESTUDAM E NÃO TRABALHAM

A proporção de jovens cearenses, no quarto trimestre de 2022 (2022/T$) que não estuda e não trabalha correspondeu a 27,09% de uma população de 614.388,9 jovens). Em termos de curto prazo, esta proporção sofreu uma redução de -10,47%, enquanto no longo prazo essa variação correspondeu a -7,29%. Em 2022/T4, o Ceará ainda se mostra distante desta proporção de jovens a nível nacional (20,9%). Considerando as diferentes faixas etárias, os mais afetados quanto a esta situação, para 2022/T4, continuavam sendo aqueles jovens (18 a 24 anos) que se encontravam na fase de transição para o mercado de trabalho (33,32%), seguida da proporção dos jovens pertencentes à faixa de 25 a 29 anos (31,36%).

Quanto aos jovens correspondentes à faixa etária escolar (15 a 17 anos), esta população correspondeu a 6,17% do total de jovens nesta faixa etária. No curto prazo, somente a proporção correspondente aos jovens entre 15 e 17 anos apresentou uma variação positiva de 9,4%. Enquanto no longo prazo, muito embora entre todas as faixas etárias tenha se observado reduções, entre jovens de 15 e 17 anos apresentou a variação mais expressiva de -23,4%. De modo geral, ainda em 2022/T4, os mais afetados por tal condição seguiam sendo as mulheres (32,15%), porém, por recorte geográfico, com quase 30% dos jovens residentes considerados em tal situação, a RMF ganhou maior destaque.

O ESTUDO

O Boletim Trimestral da Juventude tem como objetivo acompanhar os principais indicadores de educação e mercado de trabalho para a população cearense na faixa etária dos 15 aos 29 anos de idade. O documento fornece, aos gestores públicos e sociedade civil, informações sobre o desempenho da juventude quanto à frequência escolar, conclusão dos ciclos escolares, analfabetismo, média de anos de estudos, população jovem ativa no mercado de trabalho, desocupação, informalidade e médias salariais. Em especial, busca-se focalizar e alertar para a quantificação dos jovens que não estudam e não trabalham, visto que tal condição entre os jovens representa uma importante condição de vulnerabilidade social.

Para tanto, este boletim explora os dados da Pesquisa por Amostra Domiciliar Contínua (PNADC) levada à campo pelo IBGE, tendo esta versão iniciado em 2012. Os indicadores aqui apresentados são calculados com periodicidade trimestral, o que permite observar flutuações ao longo do ano e compará-las com anos precedentes, através de variações de curto prazo (um ano) e longo prazo (aqui é considerado um período de 5 anos em relação ao último trimestre).

Ao final de cada ano, é feita uma análise mais aprofundada quanto às variações dos indicadores, aqui apresentados, ao longo do ano. Deste modo, é possível ter uma visão mais analítica sobre as flutuações para o mercado de trabalho, educação, bem como a proporção de jovens em condição de vulnerabilidade que não se encontram estudando, tampouco trabalhando.

Clique aqui e acesse o Boletim Trimestral da Juventude – 4º Trimestre de 2022.

Assessoria de Comunicação do Ipece
(85) 3101.3509