Novo estudo do Ipece analisa desigualdade de rendimento no Ceará

20 de maio de 2020 - 16:58

A desigualdade do rendimento médio real de todos os trabalhos cearenses apresentou, entre 2012 e 2014, tendência de redução. No entanto, a partir de 2015 passa a crescer continuamente, alcançando um Índice Geni de 0,547, em 2019, superior ao Nordeste (0,531) e o Brasil (0,509). Considerando o comportamento do indicador no Nordeste, houve um aumento em relação ao ano anterior (2018) voltando ao mesmo patamar de 2017, enquanto no Brasil, manteve-se constante entre 2018 e 2019. O índice Geni mede o grau de desigualdade na distribuição de renda. Seu valor pode variar, teoricamente, desde zero, quando não há desigualdade, até 1, quando a desigualdade é máxima.

Gráfico: Índice de Gini do rendimento médio mensal real das pessoas de 14 anos ou mais de idade em todos os trabalhos, BR, NE e CE – 2012 a 2019

 

Os dados estão no Enfoque Econômico (nº 218 – Maio de 2020) – Evolução da Desigualdade de rendimentos no Ceará entre 2012 e 2018, publicado pela Diretoria de Estudos Sociais (Disoc) do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). O trabalho, para também analisar a concentração de renda e a diferença em relação ao rendimento médio dos trabalhadores brasileiros, nordestinos e cearenses, apresenta o rendimento médio mensal real de todos os trabalhos dos 50% da população ocupada com menores rendimentos. No Brasil, o rendimento médio dos trabalhadores nessa classe de rendimentos é, em média, de R$ 850 reais, valor este, inferior a um salário mínimo de 2019 (R$ 998). Apresentando redução a partir de 2015, o rendimento dos trabalhadores com os menores ganhos está praticamente estável desde 2017. Em comparação a 2012, registrou um aumento de 4,3% na média nacional.

O estudo adverte que o valor se torna ainda menor para os trabalhadores ocupados na região Nordeste e no Ceará. “O rendimento médio dos trabalhadores classificados nos 50% menores rendimentos é de R$ 569 no Nordeste e de R$ 566 no Ceará. Mesmo apresentando um aumento maior que o Brasil e o Nordeste entre 2018 e 2019, o rendimento médio dos trabalhadores cearenses ainda é o menor das três regiões analisadas”. O Enfoque apresenta também outra maneira de verificar alterações na desigualdade ao analisar os diferenciais de rendimento pelos decis das classes de rendimento. E apresenta a estratificação em classes de percentuais das pessoas em ordem crescente de rendimento médio mensal real de todos os trabalhos para o estado do Ceará nos anos de 2012 a 2019.

Dessa forma, os 10% com menores rendimentos no Ceará tiveram uma perda de 1,7% nos seus rendimentos entre 2018 e 2019, enquanto na parte superior, os 10% (mais de 90% até 100%) com maiores rendimentos tiveram um ganho de 12,7% no mesmo período, sendo a maior variação entre as classes. Em 2019, os trabalhadores que se encontravam na última classe de rendimentos, isto é, aqueles que faziam parte do 1% com maior rendimento, ganhavam, em média, R$ 24.192 reais, 13,3% a mais que em 2018 (R$ 21.356). Comparativamente, em 2019, este grupo recebia, em média, 43 vezes a renda dos 50% que recebiam menos no Estado, cujo rendimento médio mensal estava em torno de R$ 566, apresentando a maior diferença no período analisado, em 2012.

Clique aqui e acesse o Enfoque Econômico Nº 218 – Análise da desigualdade dos rendimentos no estado do Ceará entre 2012 e 2019.

Assessoria de Comunicação do Ipece
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