Exportação de flores e plantas ornamentais do Ceará cresce mais de 31 mil por cento em menos de 20 anos

14 de maio de 2019 - 14:45

A exportação de flores e plantas ornamentais no Ceará passou de US$ 14,40 mil, em 1997, para US$ 4,60 milhões, em 2014, ou seja, crescimento de 31,8 mil por cento. Já a importação, no mesmo período, foi de US$ 53,15 mil para US$ 49,47 mil, queda de 6,92% (os valores são correntes). Entre 1997/2014, o Estado exportou U$ 44, 23 milhões e importou US$ 5,61 milhões, resultando em um superávit de US$ 38,62 milhões. Em pouco menos de 20 anos, o Ceará avançou, de inexpressivos 0,13% de participação no mercado nacional de flores, para 20% em 2014.

O período analisado marca a ascensão do Ceará como novo protagonista nacional no mercado de exportações de flores, superando o desempenho de estados tradicionais na produção, como Minas Gerais e Rio Grande do Sul. A mudança é resultado direto de políticas públicas do Governo do Estado e investimento em tecnologia e treinamento privados. Os dados estão no artigo “Efeitos das políticas públicas na exportação de flores do estado do Ceará: avaliação para o período 1997/2014”, que integra o Boletim de Gestão Pública (nº 13 – março/abril de 2019) e que acaba de ser publicado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).

Tendo como autores Ranielle Fernanda Lima Neve, pós-graduanda em Consultoria e Gestão pela Universidade Regional do Cariri (Urca); Jose Márcio dos Santos, mestre em economia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e graduado pela Urca, e  Andrea Ferreira da Silva, doutoranda em economia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), mestre em economia rural pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e graduada em ciências econômicas pela Urca, o trabalho trata da evolução e da importância da floricultura no Estado do Ceará, o que, por sua vez, apesar de não ser uma atividade tradicional, passou a ser difundida a partir de iniciativas locais.

Com a implementação do Programa de Desenvolvimento do Agronegócio da Floricultura do Ceará, no final da década de 1990, a cadeia produtiva de flores se ampliou, promovendo com isso o seu desenvolvimento social e econômico. No artigo, os autores observam que o trabalho tem como meta estabelecer uma análise dos efeitos das políticas públicas para o agronegócio cearense sobre a exportação de flores e plantas vivas no período 1997- 2014. Esclarecem que a base de dados principal incluiu os valores referentes às quantidades exportadas de flores e plantas e a receita originada destas quantidades, expressas em dólares americanos pelo critério FOB (Free On Board) dos estados do Ceará e São Paulo, além dos valores para o Brasil, isso no período estudado.

Eles concluem observando que o aumento crescente do Ceará na participação na exportação de flores “vem a colaborar bastante com o desenvolvimento local, fornecendo renda, emprego, aperfeiçoamento tecnológico, e melhoramento da qualidade de vida da população cearense. O fato é que o governo vem essencialmente contribuindo para o relativo desenvolvimento desse mercado. O comércio de flores no Ceará possui forte tendência para permanecer se desenvolvendo e a expectativa é que este setor continue sendo considerado um importante polo produtor de flores no Brasil”.

ARTIGOS

O Boletim de Gestão Pública tem também dois outros artigos. O primeiro, de autoria de Gabriela Lacerda, nestranda em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) apresenta a experiência do Espírito Santo na criação de um sistema de monitoramento e avaliação de políticas públicas, com previsão legal e ancorada dentro do ciclo de planejamento e orçamento anual. Inicialmente são apresentadas experiências internacionais e nacionais de avaliação e, posteriormente, o case capixaba: arranjo institucional, mecanismos criados e resultados obtidos. “Os governos precisam se empenhar em melhorar a eficiência e a eficácia das políticas públicas. Uma boa avaliação possibilita que as intervenções sejam baseadas em evidências confiáveis e robustas, melhorando a formulação de políticas e os serviços prestados à sociedade” ressalta a autora.

Já o segundo artigo aborda uma cronologia entre crises no âmbito fiscal e as reformas institucionais decorrentes destas. Faz alusão as crises dos anos 90, ocorridas nos estados e em âmbito federal, assim como as reformas decorrentes como a elaboração da Lei de Responsabilidade Fiscal. No domínio estadual cita as reformas com impacto fiscal implementadas, como o teto dos gastos, e a reforma da previdência. Pontua ainda o relacionamento entre o lado fiscal e a necessidade de elevar a qualidade das políticas públicas através da implementação da cultura e prática do monitoramento e da avaliação de impacto. O estudo também cita os avanços nestas esferas e destaca as respostas que foram dadas neste sentido pela administração pública do Ceará, como o Centro de Avaliação de Políticas Públicas e o respectivo prêmio de teses e dissertações.

A PUBLICAÇÃO

O Boletim de Gestão Pública do Ipece, órgão vinculado á Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do Governo do Estado do Ceará, tem como objetivo principal a difusão de melhores práticas e inovações na área de gestão e de políticas públicas. É uma publicação bimestral, formada por artigos sintéticos (descritivo-analíticos), elaborados pelo corpo técnico do Instituto e ou por técnicos convidados de outros órgãos do Governo do Estado do Ceará e de outras organizações. Em linhas gerais, os artigos buscam: difundir melhores práticas, com a análise de casos específicos locais, estaduais, nacionais ou internacionais; apresentar avanços na gestão pública do Ceará, com as principais inovações em gestão e políticas públicas no Estado;  discutir avanços teóricos nas áreas de gestão e de políticas públicas e como esses conhecimentos podem ser postos em ação; analisar desafios para a gestão e para as políticas públicas; ou verificar inovações no âmbito do setor privado, indicando como elas podem servir de inspiração para o setor público. As opiniões emitidas no boletim são de exclusiva e inteira responsabilidade dos autores, não exprimindo, necessariamente, o ponto de vista do Ipece ou da Seplag.

Clique aqui e acesse Boletim de Gestão Pública – Março/Abril 2019 – edição Nº 13.

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