Estudo do Ipece ressalta importância do Ceará na transição energética
14 de janeiro de 2025 - 09:27
A transição energética é um dos temas mais relevantes da agenda de desenvolvimento econômico no Ceará, refletindo um esforço contínuo para alinhar o estado às tendências globais de descarbonização e inovação sustentável. O potencial do Ceará em energias renováveis, notadamente solar e eólica, aliado à infraestrutura estratégica do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), posiciona o estado como um importante participante na transformação do setor energético.
Com a sanção da Lei n.º 14.990, de 2024, que estabelece o Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PHBC), o Ceará se prepara para consolidar sua posição como referência no mercado de hidrogênio verde, um vetor crucial para a transição energética global. As constatações tão no capítulo 06 (Energias Renováveis) do Farol da Economia Cearense (Nº 04/2024), que acaba de ser lançado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), por intermédio da Diretoria de Estudos de Gestão Pública (Digep).
De acordo com o autor do estudo, o professor José Fabio Bezerra Montenegro, titular da Digep, as projeções para 2025 indicam que o CIPP continuará sendo o epicentro das iniciativas de hidrogênio verde no estado, com o Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PHBC) desempenhando um papel fundamental na atração de investimentos e na viabilização de tecnologias de descarbonização em setores industriais como siderurgia, química e cimenteira.
No entanto, Fábio Montenegro observa que, para atingir as metas, é imperativo priorizar o desenvolvimento de uma infraestrutura integrada, que inclua corredores logísticos para o transporte de hidrogênio verde e redes elétricas modernizadas, capazes de lidar com a crescente integração de fontes renováveis. Além disso, a implementação de projetos piloto, como plantas de eletrólise em pequena e média escala, será essencial para validar a viabilidade técnica e econômica do hidrogênio verde no contexto local.
Montenegro afirma que tais iniciativas também podem servir como base para ampliar a adoção do hidrogênio em aplicações industriais e de transporte. Ele destaca também outro aspecto crucial para o avanço da transição energética no Ceará: a capacitação da força de trabalho. Parcerias com instituições de ensino e pesquisa podem desempenhar um papel vital na formação de profissionais qualificados para atender às demandas específicas do setor de energias renováveis e hidrogênio verde.
Para o titular da Digep/Ipece, programas de treinamento e cursos especializados podem preparar técnicos e engenheiros para operar otimizar as novas tecnologias que estão sendo implantadas. “Essa preparação será um diferencial importante para atrair empresas e investidores interessados em estabelecer operações no estado” – frisa.
Montenegro também analisa a estrutura regulatória, que objetiva fomentar o mercado de hidrogênio de baixa emissão de carbono, enfatizando que a eficácia desse arcabouço depende de critérios bem definidos para a concessão de incentivos fiscais, que priorizem tecnologias eficientes na redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) e minimizem os impactos ambientais. A integração com o mercado internacional é outra prioridade estratégica, questão também levantada no trabalho, bem como os desafios existentes, apesar do cenário promissor.
A publicação, que tem 66 páginas e que foi elaborada pelo diretor da Digep, José Fábio Montenegro, contou com a colaboração de Tiago Emanuel Gomes dos Santos, Luiz Nivardo Melo Filho e Aprígio Botelho Lócio, todos da mesma Diretoria, e de Ana Cristina Lima Maia, da Diretoria de Estudos Econômicos (Diec). O trabalho tem por objetivo apresentar indicadores econômicos e sociais, abordando o cenário macroeconômico cearense, nacional e internacional, e apontar algumas perspectivas nas três esferas de governo.
A nova edição do Farol da Economia Cearense está dividida em sete seções, sendo que a primeira faz um breve descritivo sobre a publicação; a segunda apresenta visão do cenário econômico mundial e expectativas para os próximos meses, enquanto a terceira mostra o desempenho de importantes indicadores da economia nacional, como PIB, produção Industrial, inflação, juros, câmbio, balança comercial e investimento. Também traz perspectivas para o cenário macroeconômico brasileiro.
Já a quarta seção apresenta o desempenho de indicadores da economia cearense, bem como as perspectivas para o cenário macroeconômico cearense. A quinta traz análises de importantes instituições de pesquisa do País quanto ao ambiente de incerteza da economia e a confiança de consumidores e empresários. A sexta, como já explicitada nos parágrafos iniciais, trata sobre Energias Renováveis, e, por fim, a sétima faz uma síntese das análises e perspectivas econômicas apresentadas.
Clique aqui e acesse o Farol da Economia Cearense – Nº 04 / 2024.
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