Estudo do Ipece analisa desempenho das exportações nas regiões do Brasil

8 de novembro de 2024 - 11:17

Trabalho realizado pela Diretoria de Estudos Econômicos (Diec) do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), que analisa o desempenho das exportações nas cinco grandes regiões brasileiras, constata que houve um movimento de desaceleração no ritmo de crescimento anual das exportações nas regiões estudadas. O trabalho compara dois períodos, de 1997 a 2010 e de 2010 a 2023.

O analista de Políticas Públicas Alexsandre Lira Cavalcante observa que mudanças expressivas na pauta de exportação regional merecem ser destacadas. “A região Centro-Oeste, que participava com 3,4% das vendas nacionais no ano de 1997, passou a participar com 16,8% em 2023, revelando um feito histórico com aumento de participação de quase cinco vezes num período de vinte e sete anos” – frisa.

Ele ressalta que, com esse excelente desempenho a região Centro-Oeste passou a ocupar a terceira colocação na pauta de exportações nacionais com participação de 16,8% em 2023, bem próxima da participação da região Sul que ainda ocupa a segunda posição com 17,4% de participação no mesmo ano. Pelos resultados afirma que é possível que muito em breve a região Sul poderá perder o posto de segunda principal região exportadora nacional em função do seu fraco desempenho no período analisado.

Destaca-se, também, a perda de contribuição para as vendas externas nacionais da região Sudeste na comparação entre os dois períodos sendo a segunda região que mais perdeu participação na pauta de exportações nacionais entre os anos de 1997 e 2023, abaixo apenas da perda de participação observado na região Sul do país.

Outro fato relevante que Alexsandre Cavalcante destaca foi a forte desaceleração do ritmo de crescimento anual das exportações da região Nordeste, o que fez com que ela perdesse participação nas exportações nacionais período após período. Em 1997, o Nordeste ocupava a terceira posição no ranking nacional, passando para a quinta e última colocação em 2023.

Ele explica que a região Nordeste foi a que deu a menor contribuição para o avanço das exportações nacionais tanto no primeiro quanto no segundo período, diminuindo sua contribuição na comparação dos dois períodos.

A título de comparação, enquanto a região Centro-Oeste incrementou suas vendas em US$ 41,6 bilhões no segundo período, tendo contribuído com 29,9% do avanço nas exportações nacionais, o Nordeste incrementou suas vendas em apenas US$ 9,1 bilhões no mesmo período, tendo contribuído com apenas 6,5% do crescimento registrado nas vendas nacionais, participação essa menor que a registrada pela região Norte de 10,2% na mesma comparação.

Enquanto a região Centro-Oeste está aumentando sua contribuição para o avanço das vendas externas nacionais, seguido de longe pelo aumento da contribuição da região Norte, todas as outras três regiões registraram queda, com o Nordeste apresentando a pior contribuição para o crescimento das exportações nacionais no segundo período e também na comparação dos últimos vinte e sete anos. “Apesar da região Centro-Oeste não ocupar ainda a segunda colocação nas vendas externas nacionais, já é a segunda que mais contribui para seu crescimento”.

Em suma, a região Nordeste não só passou a ocupar a última colocação nas vendas externas do país, como também foi a região que menos contribuiu com o avanço das exportações brasileiras nos últimos vinte e sete anos, ao passo que a região Centro-Oeste foi a que registrou o maior crescimento no período tendo dado a segunda maior contribuição para o avanço das vendas nacionais. Ou seja, mesmo diante de um nítido movimento de desaceleração observado em todas as cinco grandes regiões, algumas passaram a contribuir cada vez menos com o avanço das vendas externas nacionais na comparação dos dois períodos em análise – finaliza.

Clique aqui e acesse o Ipece Informe Nº 258 – Desempenho Exportador das Cinco Grandes Regiões Brasileiras – 1997 a 2023.

Assessoria de Comunicação do Ipece
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