No Ceará, a taxa de realização das outras formas de trabalho das mulheres supera a dos homens

13 de setembro de 2024 - 12:09

A taxa de realização das outras formas de trabalho – percentual de pessoas que realizaram a atividade em relação ao total de pessoas de 14 anos ou mais de idade – do Brasil é maior que no Nordeste que, por sua vez, é maior que a do Ceará. Tendo como base 2022, a taxa de realização nacional ficou em 87,3%; a do Nordeste em 83,8% e a do Ceará em 81,5%. Fazem parte das outras formas de trabalho: a produção para o próprio consumo, cuidados de pessoas, afazeres domésticos, além do trabalho voluntário, investigados para a população de 14 anos ou mais de idade. Em 2022, verifica-se ainda que a taxa de realização das mulheres para o Ceará foi de 89,5%, enquanto a dos homens foi de 72,8%.

Taxa de realização de Outras Formas de Trabalho– Brasil/Nordeste/Ceará

Seja no Brasil, região Nordeste e Ceará, a taxa de realização das mulheres é superior à dos homens e, em todos os anos analisados, este valor supera ou se aproxima de 90%.

Entre os grupos etários cearenses, foi observada maior taxa de realização na faixa de 25 a 49 anos, chegando a 90,3% em 2018 e recuando para 86,4% no ano de 2022, valor ainda acima do observado na faixa de 50 anos ou mais, que foi de 82,2%. Em todos os anos da série histórica, a menor taxa de realização ocorre entre aqueles de 14 a 24 anos.

Taxa de realização de Outras Formas de Trabalho por Sexo – Brasil/Nordeste/Ceará

No que concerne ao trabalho na produção para o próprio consumo, a taxa de realização é maior entre os homens vis-à-vis as mulheres no Brasil, Nordeste e Ceará tendo também relação inversa com a escolaridade, isto é, quanto maior a escolaridade, menor a taxa de realização nessa atividade.

Os dados estão no Ipece Informe (Nº 253 – Setembro/2024) – Uma análise selecionada das outras formas de trabalho de 2016 a 2022, que acaba de ser publicado pela Diretoria de Estudos Econômicos (Diec), que tem como titular o professor Ricardo Pereira, do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). O trabalho tem como autor o analista de Políticas Daniel Suliano.

O estudo – explica Daniel Suliano – analisou as outras formas de trabalho que estão incluídas na fronteira geral da produção do Sistema de Contas Nacionais (SCN) a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD/Contínua) do IBGE.

Suliano observa que, no Ceará, considerando o trabalho na produção para o próprio consumo, o grande destaque são os que declararam fazer cultivo, pesca, caça e criação de animais. Para 2022, 84,2% declararam exercer essa atividade.

Quanto aos afazeres domésticos, há uma predominância das mulheres, assim como no cuidado de pessoas. No Estado, para o ano de 2022, 88% das mulheres de 14 anos ou mais de idade realizaram alguma atividade de afazer doméstico no próprio domicílio, enquanto esse percentual era de apenas 68% para os homens, uma diferença de 20 pontos percentuais. Já para aqueles que realizaram tarefas de cuidados de moradores do domicílio ou de parentes não moradores, no Ceará, para o ano de 2022, a diferença chega a mais de 14 pontos percentuais considerando que as mulheres apresentam uma participação de 34,1% e os homens pouco menos de 20%. Por outro lado, o analista ressalta que na distribuição por sexo por ocupação no cuidado de pessoas ocorre uma predominância dos homens. No ano de 2022, para o Ceará, entre eles, 64,4% exerceram algum cuidado pessoal, enquanto entre elas que estavam ocupadas esse percentual foi de 37,4%.

No trabalho voluntário, a média de horas efetivamente trabalhadas das mulheres é superior à dos homens. Para o ano de 2022, no Ceará, a média das mulheres foi de 6,3, enquanto a dos homens foi de 5,4. O estudo completo já pode ser acessado na página do Instituto.

Clique aqui e acesse o Ipece Informe Nº 253 – Uma Análise Selecionada das Outras Formas de Trabalho de 2016 a 2022.

Assessoria de Comunicação do Ipece
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