Estudo analisa gravidez na adolescência por escolaridade, raça e número de gestações
31 de agosto de 2023 - 09:19
A maior número de nascidos vivos de mães adolescentes (15 a 19 anos) no Ceará, por nível de escolaridade, está concentrado no grau mais elevado atingido, no caso o ensino fundamental completo. Isto é, entre as mães adolescentes no Ceará, a maioria não chega a ingressar no ensino médio, ou completar, antes de terem seus filhos. Em 2019, de 18.731 nascidos vivos, 71% (13.279) eram de mães daquela escolaridade. Considerando que, em 2022, houve uma redução de 28% destes nascidos vivos (em comparação com 2019), esta proporção de mães adolescentes, com tal nível de escolaridade, passou representar quase 80% (10.647) dos 13.433 nascidos vivos, em 2022.
Já aquelas que não possuem nenhuma escolaridade, apesar de serem a minoria das mães entre 15 e 19 anos, são de extrema vulnerabilidade, pois além de se encontrarem sem frequentar a escola, provavelmente possuem postos de trabalho precários com baixo nível de renda quando comparadas aos seus pares, ou até mesmo encontram-se desocupadas. Portanto, neste caso, necessitando de maior atenção e amparo por parte do Estado. Entre estas mães, em 2019, eram 27 nascidos vivos e, em 2022 passaram a ser apenas 14, indicando, portanto, uma redução destas mães em situação de maior vulnerabilidade.
Nascidos Vivos de Mães adolescentes (15 a 19 anos) por nível de escolaridade – Ceará – 219 a 2022
As informações fazem parte do Ipece Informe (Nº 232 – Agosto/2023) – Gravidez na Adolescência no Ceará – Análise dos Dados do SINASC, elaborado pela Diretoria de Estudos Social (Disoc) do instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). O trabalho, que tem como elaborador Victor Hugo de Oliveira, analista de Políticas Públicas, e colaboração da técnica Rayén Heredia Peñaloza, tem como base dados do Sistema de Informações Sobre Nascidos Vivos (SINASC) do Ministério da Saúde.
Quando a análise recai sobre os nascidos vivos por cor/raça da mãe no Ceará, desconsiderando aquelas mães cuja raça/cor não foi informada, mais de 92% (12.393) dos nascidos vivos de mães adolescentes correspondiam a mães negras (pretas e pardas), em 2021. Portanto, dado que, no mesmo ano, 959 dos nascidos vivos foram de mães brancas, é observada uma diferença de 1.192% entre de mães negras e mães brancas.
Adicionalmente, em 2021, os nascidos vivos de mães amarelas e indígenas somavam menos de 90. Em termos de variação, entre 2019 (período pré-pandemia) e 2021 (período de pandemia), apesar de ser observada a maior proporção de nascidos vivos de mães negras, entre estas também foi registrada a maior redução (de -19%). Enquanto isso, entre mães brancas, a diminuição foi de -9% durante o mesmo período. O estudo completo já pode ser acessado na página do Ipece.
Clique aqui e acesse o Ipece Informe Nº 232 – Gravidez na Adolescência no Ceará. Análise dos dados do SINASC.
Assessoria de Comunicação do Ipece
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