Doenças crônicas não transmissíveis são as principais causas das mortes de mulheres no Ceará

13 de março de 2023 - 14:54

As principais causas das mortes de mulheres no Ceará, entre 2014 a 2021, correspondem aos grandes componentes das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs): as Neoplasias (câncer), as Doenças do aparelho circulatório (DAC) e as Doenças do Aparelho Respiratório (DAR), representando um total de 15.284 óbitos femininos em 2021, o equivalente a 47% dos óbitos femininos totais registrados no mesmo ano. Em termos de variação ocorreu um aumento de 2,56% entre essas principais causas no período.

As DAC são, historicamente, as maiores responsáveis pelos óbitos. Entre elas, as principais causas específicas de mortalidade correspondem a: Acidente Vascular Cerebral (AVC), infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca e hipertensão essencial. Em 2021, as DAC foram responsáveis por 7.378 entre os óbitos femininos. Os dados estão no Ipece/Informe (Nº 224 – Março/2023) – Principais Causas de Mortalidade em Mulheres Cearenses, estudo realizado pela Diretoria de Estudos Sociais (Disoc) do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).

Das mortes em decorrência de agentes infecciosos e parasitários, onde, inclusive, estão os óbitos por coronavírus, foram 939 em 2015 e passou para 6.107 óbitos em 2020, crescimento decorrente do estado de crise de saúde pública ocorrido durante a pandemia. Entre 2015 e 2021, quando, neste último, foram registradas 8.290 mortes, o aumento observado chega aos 783%. Já as doenças endócrinas e nutricionais que contemplam os óbitos causados pela diabetes mellitus (responsável por quase 80% dos óbitos) – cuja classificação também corresponde a uma DCNT -, em 2021 esse grupo foi responsável por 1.724 óbitos femininos (a quinta maior causa de mortalidade feminina no mesmo ano).

O grupo das doenças degenerativas do sistema nervoso, onde estão as doenças de Alzheimer, Parkinson e Esclerose Múltipla, houve crescimento expressivo de 70% durante o período analisado (um total de 1.332 óbitos em 2021).  Esta elevação pode ser “tanto em decorrência do aumento dessa comorbidade, quanto na melhora e avanço no diagnóstico clínico destas doenças, cujo histórico é de complexidade de diagnóstico devido ao confundimento com outros tipos de demência”.

De acordo com o estudo, apesar de serem responsáveis por uma pequena parcela do quadro total de óbitos, aqueles atribuídos as questões da gravidez, do parto e do puerpério quase dobraram entre 2015 e 2021, passando de 73 para 139 óbitos maternos, “a maioria destes óbitos maternos são atribuídos a causas que poderiam ter sido evitadas”. Nas causas externas de mortalidade por agressões as mulheres – onde estão os feminicídios, mortalidade por causas de trânsito, bem como suicídios, ocorreu um crescimento de 11% no período de tempo analisado e culminam em 1.346 óbitos de mulheres cearense em 2021.

Clique aqui e acesse o IPECE Informe Nº 224 – Principais Causas de Mortalidade em Mulheres Cearenses.

Assessoria de Comunicação do Ipece
(85) 3101.3509