Estudo do Ipece mostra insegurança alimentar no Ceará, Nordeste e Brasil

20 de dezembro de 2022 - 11:59

Apesar do Brasil estar entre os grandes celeiros de produção agrícola do mundo, a “fome” ainda é uma realidade presente na vida de muitas famílias brasileiras conforme pesquisas divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base na Escala Brasileira de insegurança Alimentar (EBIA), que levantou informações sobre as condições dos domicílios particulares com pessoas vivendo em (in)Segurança Alimentar no Brasil. No comparativo entre as duas últimas pesquisas do IBGE (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios –PNAD/ 2013 e Pesquisa de Orçamentos Familiares -/2017/2018),  Brasil, o Nordeste e o Ceará tiveram queda na proporção de domicílios particulares em situação de segurança alimentar, ou seja, antes da pandemia da Covid-19 a insegurança alimentar (IA) já estava voltando.

A Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), que congrega pesquisadores e pesquisadoras de diversas Universidades e instituições de pesquisa do Brasil e do exterior, realizou o I do II do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19. O resultado do II VIGISAN mostrou, que no período de pandemia, apenas 41,3% da população brasileira viviam em domicílios com condição de segurança alimentar (S.A) no Brasil. A IA grave (fome), atingiu 15,5% da população brasileira, afetando em proporção maior as famílias em todos os Estados do Norte e do Nordeste. As informações estão no Ipece Informe (nº 220 – Dezembro/2022) – Agricultura familiar e Segurança alimentar no Ceará, trabalho publicado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).

O documento revela que, no Ceará, apenas 18,2% dos domicílios tiveram moradores de domicílios particulares vivendo em situação de segurança alimentar, percentual menor que a da região nordeste (31,9%). Pelo grau de severidade da insegurança alimentar,  26,3% do domicílios cearenses tinham moradores vivendo em IA grave (fome). O Ceará foi portanto, o oitavo Estado, com maior proporção de domicílios com moradores vivendo em IA grave (26,3%) do Brasil na pandemia. “Assim, diante do atual contexto da pandemia, e com o agravamento da insegurança alimentar, torna-se cada vez mais necessário assegurar um bom planejamento e bons programas públicos para a segurança alimentar que vise principalmente a  ajudar as pessoas mais pobres. A agricultura familiar é de suma importância, por ser a principal responsável pela comida que chega à mesa dos brasileiros” – observa o estudo.

O Ipece Informe 220, que tem como elaboradores os técnicos Rogério Barbosa Soares e Raquel da Silva Sales,  tem como objetivo construir um breve panorama da agricultura familiar, com base nos dados do Censo Agropecuário de 2017 publicados em 2019 pelo IBGE, de forma a permitir uma melhor visualização de sua relevância e especificidades quanto à segurança alimentar no estado do Ceará. E também levantar as principais políticas públicas direcionadas a este segmento do setor agropecuário, tendo em vista que os temas, agricultura familiar e segurança alimentar, são de grande relevância para o planejamento e desenvolvimento territorial do Estado para ajudar no debate.

Clique aqui e acesse o IPECE Informe Nº 220 – Agricultura familiar e Segurança alimentar no Ceará.

Assessoria de Comunicação do Ipece
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