Livro lançado pelo Ipece mostra evidências socioeconômicas recentes no Ceará
6 de dezembro de 2022 - 15:56
O Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), órgão vinculado à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do Governo do Estado do Ceará, lançou, na última sexta-feira (02), quando da realização do 18º Encontro Economia do Ceará em Debate, o livro “Evidências socioeconômicas recentes no Ceará: choques adversos, avanços e desafios”. A obra, com mais de 300 páginas e elaborada por técnicos e analistas de políticas públicas do Instituto, foi elogiada pelo presidente do Ipece, professor João Mário Santos de França, não só pelos dados, informações socioeconômicas e análises apresentadas, mas pelo esforço e dedicação dos que fazem o Instituto direta e indiretamente.
Para João Mário, o livro está repleto de informações diversas, dados e evidências, o que traduz exatamente a missão maior do Ipece: disseminar informações para colaborar e aperfeiçoar a elaboração de políticas públicas, “pois somente com precisas evidências é possível o melhor desenho de políticas públicas”. A obra – acrescenta o dirigente – apresenta, de forma clara e objetiva, evidências socioeconômicas dos anos mais recentes, de 2014 a 2021, que, com certeza, vão contribuir não só com o atual e futuro governo, mas para a academia (universidades), inclusive na elaboração de novas pesquisas. No lançamento, João Mário focou seus comentários nos capítulos que abrangem o aspecto social (do 10º ao 14º).
O Diretor Geral do Ipece ressaltou que, apesar de todas as adversidades que o Ceará enfrentou justamente no período que cobre o livro – uma seca que durou de 2012 a 2018, uma recessão forte na economia, de 2015 a 2106, e uma pandemia logo em seguida – o estado conseguiu sair com avanços sociais importantes. É claro que o Ceará e o Nordeste ainda têm indicadores preocupantes, como o de pobreza e extrema pobreza. No entanto, ele observa que o Ceará, por sua solidez fiscal, fez fortes e expressivos investimentos sociais nas áreas de educação, saúde e na primeira infância, por exemplo. “Esses avanços são considerados marcas principais do governador Camilo Santana e da governadora Izolda Cela e vão impactar ainda mais a médio e a longo prazos” – conclui.
O Diretor de Estudos Econômicos do Ipece e professor do CAEN da Universidade Federal do Ceará (UFC), Ricardo Antônio de Castro Pereira, apresentou os capítulos relativos aos dados econômicos, ressaltando os choques adversos recentes, seus efeitos sobre a permanência de problemas econômicos estruturais, a reação do Governo do Ceará através de medidas anticíclicas e a manutenção das estratégias de longo prazo das políticas públicas para o desenvolvimento do estado.
O professor Flávio Ataliba, secretário Executivo de Planejamento e Orçamento da Seplag, considera o livro “um documento histórico”, inclusive porque destaca, no seu título, um período de choques adversos nos últimos oito anos, como as secas persistentes no estado; o próprio impeachment da presidenta Dilma; a retração da economia no Brasil e recentemente a pandemia do Coronavírus.
Diante de tudo isso é possível tirar vários aprendizados, mensagens, que podem servir de alerta – diz – acrescentando que a economia não segue uma tendência linear, o que é importante saber. A economia, segundo Flávio Ataliba, tem uma trajetória de longo prazo comandada pela produtividade. “Então, temos períodos de expansão e contração na atividade econômica, o que é natural e do próprio sistema capitalista. Devemos sempre nos preparar para situações de flutuação econômica”.
E a preparação – frisa o Secretário – passa, necessariamente, por uma gestão fiscal responsável, porque em período de expansão “podemos acumular recursos e no período de contração esses recursos sejam bem utilizados para suavizar essas flutuações econômicas”. Felizmente, no Ceará, nos últimos 30 anos, a responsabilidade fiscal tem sido cumprida à risca. E isso foi essencial para o estado superar as dificuldades já citadas, até bem mais que muitas outras unidades da federação.
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