Estudo do Ipece revela vulnerabilidades climatológicas, agrícolas e sociais dos municípios cearenses em 2022
10 de outubro de 2022 - 09:28
Um total de 22 dos 184 municípios cearenses apresenta alta vulnerabilidade em 2022 de acordo com o Índice Municipal de Alerta (IMA): Monsenhor Tabosa; Boa Viagem; Araripe; Itatira; Pedra Branca; Forquilha; Quixeramobim; Saboeiro; Catunda; Madalena; Antonina do Norte; Quiterianópolis; Jardim; Parambu; Irauçuba; Orós; Assaré; Brejo Santo; Independência; Tarrafas; Jaguaretama e Tauá. O Índice avalia um conjunto de 12 indicadores, os quais buscam captar a vulnerabilidade no que diz respeito aos aspectos climatológicos, agrícolas e sociais. Os dados (e muitos outros) estão no relatório Índice Municipal de Alerta (IMA/2021) – Um Instrumento de Orientações Preventivas Sobre Adversidades Climáticas no Estado do Ceará, que acaba de ser publicado pela Gerência de Estatística, Geografia e Informação (Gegin) do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).
Já o grupo de baixa vulnerabilidade é composto por 28 municípios (um a menos do que o ano passado): Ibiapina; Fortaleza; São Benedito; Ubajara; Guaraciaba do Norte; Eusébio; Palmácia; Guaramiranga; Guaiúba; Viçosa do Ceará; Maracanaú; Uruburetama; Itaitinga; Aquiraz; Cascavel; Trairi; Tianguá; Chorozinho; Paraipaba; Várzea Alegre; Ocara; Maranguape; Mulungu; Pacoti; Redenção; Barroquinha; Aratuba e Pacajus. De acordo com o estudo, esse resultado se deve ao fato desses municípios terem registrado este ano maiores precipitações pluviométricas, bem como por deterem boas condições de infraestrutura hídrica, melhor situação relativa de produção agrícola e satisfatórios indicadores de assistência social.
O analista de Políticas Públicas Cleyber Nascimento de Medeiros, autor do estudo e que integra a Gegin do Ipece, explica que, dos 28 municípios com baixa vulnerabilidade, 12 estão concentrados nas regiões de planejamento da Grande Fortaleza; sete no Maciço de Baturité e seis na Serra da Ibiapaba (os outros três no Cariri, Litoral Norte e Litoral Oeste/Vale do Curu). “O município que apresentou o menor IMA em 2022 foi Ibiapina, sendo acompanhado das cidades de Fortaleza e São Benedito, localizadas, respectivamente, nas regiões de planejamento da Grande Fortaleza e da Serra da Ibiapaba. O município que mais se aproximou da situação de referência em 2022 (valor igual a zero) foi Ibiapina, anotando um índice igual a 0,336.
Cleyber Nascimento observa que, ao analisar o número de municípios segundo as quatro classes do IMA para o ano de 2022, os 22 com alta com alta vulnerabilidade representam 11,96% dos l84 municípios cearenses. Já os 28 qualificados na categoria de baixa vulnerabilidade significam 15,22%. A maior parte dos municípios cearenses se concentra nas classes de média-alta e média vulnerabilidade, correspondendo, respectivamente, por 30,98% e 41,85% do total de municípios. “O IMA é uma importante ferramenta de gestão que o Governo do Estado do Ceará dispõe para identificar os municípios que potencialmente podem ser mais afetados pelas intempéries climáticas e pela falta de recursos hídricos adequados para atender às necessidades da população local” – frisa.
A média geral do Índice Municipal de Alerta para os municípios foi igual a 0,6508, enquanto o valor mínimo e máximo correspondeu a 0,3360 e 0,8616, respectivamente. Averiguando detalhadamente as estatísticas da referida tabela, é possível constatar que a média dos municípios das classes de Alta (0,7811) e Média-Alta (0,6905) vulnerabilidade é superior ao valor médio do IMA Global (0,6508), enquanto que na classe de vulnerabilidade Média (0,6186) o valor do índice foi próximo ao IMA Global. Já a média do IMA do grupo de municípios com Alta Vulnerabilidade equivale a uma taxa 54,8% maior do que a atinente ao grupo de Baixa vulnerabilidade (0,5278).
IMA é calculado desde 2004
O Índice Municipal de Alerta (IMA) é calculado para os 184 municípios do Ceará a partir de um conjunto de 12 indicadores, os quais buscam medir a vulnerabilidade dos municípios no que diz respeito a aspectos climáticos, agrícolas e de assistência social. Os indicadores têm como fonte dos dados a Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), a Secretaria de Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS), a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce), a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (COGERH) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O recorte temporal dos indicadores corresponde aos meses de janeiro a junho de 2022. O IMA é um instrumento para orientações preventivas sobre as adversidades climáticas relacionadas à seca no Estado. O Índice, concebido no ano de 2004 no âmbito do Grupo Interinstitucional Permanente para Convivência e Desenvolvimento Sustentável do Semiárido, se constitui em uma ferramenta que busca avaliar a vulnerabilidade dos municípios cearenses no que tange às questões meteorológicas, agrícolas e de assistência social, tendo em vista que as relações sociedade e natureza se dão na perspectiva de um todo integralizado e ao mesmo tempo dinâmico.
O documento reconhece que, nos últimos anos, diversas ações estão sendo realizadas visando garantir a segurança hídrica da população, como por exemplo, a construção de cisternas, barragens e açudes, a instalação de adutoras, a perfuração e instalação de poços, a implantação de sistemas de abastecimento de água, a transposição do rio São Francisco, a integração de bacias por meio do projeto Cinturão das Águas, dentre outras ações.
Clique aqui e acesse o Índice Municipal de Alerta (IMA) – 2022.
Assessoria de Comunicação do Ipece
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