Estudo mostra que recuperação das vendas do varejo cearense ainda está concentrada em 2021

21 de março de 2022 - 13:24

Em 2021, o processo de recuperação das vendas do varejo cearense e nacional ocorreu, mas de modo concentrado, ou seja, em poucas atividades. Dos 27 estados brasileiros, 13 apresentaram crescimento nas vendas do varejo comum, com o Brasil registrando uma alta pouco expressiva, de apenas 1,4%, na comparação com o ano anterior. O varejo comum cearense passou por uma queda de 3,3% na mesma comparação, revelando que a maior parte das atividades que o integram ainda não conseguiu se recuperar plenamente da crise causada pela pandemia da Covid-19, iniciada em 2020.  Os dados – e muitos outros – estão no Ipece/Informe (nº 211 – março/2022) publicado pela Diretoria de Estudos Econômicos (Diec) do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).

No entanto, com relação ao varejo ampliado, a recuperação nas vendas parece ter sido mais efetiva, uma vez que 25 estados apresentaram variação positiva nas vendas no ano de 2021, a exceção do Distrito Federal e Amazonas. Como resultado, o Brasil registrou uma alta bem mais expressiva, de 4,5% no mesmo ano, superando a queda registrada em 2021, de 1,5%.  No Ceará, o bom desempenho nas vendas de Veículos, motocicletas, partes e peças e de materiais de construção reverteram o sinal negativo das vendas (varejo comum), fazendo as vendas do varejo ampliado cearense registrasse um crescimento de 7,2%, maior que o do Brasil. “Porém, as vendas do varejo cearense continuaram enfrentando sérios problemas na maioria das atividades”.

TRIMESTRES

De acordo com o estudo, elaborado pelo analista de Políticas Públicas Alexsandre Lira Cavalcante, no primeiro trimestre de 2021 apenas cinco atividades apresentaram crescimento nas vendas do varejo estadual (material de construção; veículos, motocicletas, partes e peças; artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos; equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação; e combustíveis e lubrificantes). O segundo trimestre foi o período com maior número de atividades registrando alta nas vendas, num total de onze com variações bastante expressivas em função de uma base de comparação negativa.

Já no terceiro trimestre, os problemas voltaram a aparecer, com apenas três atividades apresentando variação positiva (veículos, motocicletas, partes e peças; material de construção; e combustíveis e lubrificantes). Por fim, no quarto trimestre apenas duas atividades registraram alta nas vendas do varejo cearense (veículos, motocicletas, partes e peças; e material de construção). Como resultado, o número de atividades que registraram variação positiva nas vendas do varejo cearense passou de apenas quatro, em 2020, para um total de seis, ainda fruto do bom desempenho observado no segundo trimestre de 2021.

As três maiores altas, em 2021, ocorreram nas vendas de veículos, motocicletas, partes e peças; materiais de construção; e combustíveis e lubrificantes com variações bastante expressivas. Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos; tecidos, vestuário e calçados; e Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação também registraram altas bem menos expressivas. Já as maiores quedas no varejo cearense em 2021 foram observadas nas vendas de livros, jornais, revistas e papelaria; eletrodomésticos; móveis; e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo.

“A recuperação nas vendas do varejo cearense ocorreu de forma concentrada, especialmente nas vendas de veículos, motocicletas, partes e peças; combustíveis e lubrificantes; e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos. As vendas de materiais de construção registraram crescimento mesmo no ano de crise e apresentaram também forte alta no ano de 2021, em função dos bons resultados observados na atividade da construção civil cearense” – conclui o Analista de Políticas Públicas do Ipece.

Clique aqui e acesse o Ipece Informe Nº 211 – Recuperação das vendas do varejo cearense está ainda bastante concentrada em 2021.

Assessoria de Comunicação do Ipece
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