Estudo analisa mercado de trabalho das mulheres cearenses no contexto da pandemia por Covid-19

9 de março de 2022 - 13:55

A taxa de participação das mulheres na força de trabalho no Ceará apresentou elevação de 0,9 pontos percentuais (p.p) no 4º trimestre de 2021 em relação ao 4º trimestre de 2020, enquanto a dos homens, no mesmo período, subiu 0,7 p.p. Já o nível de ocupação das mulheres, na mesma comparação, cresceu 3,5 p.p e a dos homens 1,3 p.p. No mesmo período em análise, a taxa de desocupação das mulheres diminuiu -6,5 p.p e as dos homens -1,0 p.p. Tais desempenhos são reflexos dos resultados positivos na condução do plano de retomada da atividade econômica implementado pelo governo do Ceará, combinado como os avanços na cobertura vacinal contra a Covid-19.

De acordo com o estudo, a taxa de participação das mulheres na força de trabalho no Ceará atingiu seu ápice no segundo trimestre de 2019, em um patamar de 48,3%, e fechou no 4o trimestre em 48,3%. No segundo trimestre de 2020, sob os efeitos da pandemia, tem-se uma queda para 39,3%. O menor valor para a taxa de participação foi observado no primeiro trimestre de 2021, de 38,9%, tendo uma recuperação ao longo de 2021 e atingindo o valor de 43,2% no 4º trimestre. Os dados – e muitos outros – estão no Enfoque Econômico (nº 234) – Mercado de trabalho e vulnerabilidade das mulheres cearenses no contexto da pandemia do Covid-19, trabalho elaborado pela Diretoria de Estudos Socias (Disoc) do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).

Tabela: Principais avanços dos indicadores do mercado de trabalho por gêneros no período recente, pós segunda onda da pandemia – Ceará – 4º trim 2021/4º trim 2020 (em pontos percentuais

A taxa de participação retrata o percentual de pessoas em idade ativa que efetivamente estão compondo a força de trabalho, ocupadas ou procurando por emprego. Este indicador é particularmente importante por captar a oferta de trabalho e que também representa um relevante marcador das diferenças de inserção no mercado de trabalho. Já o nível de ocupação refere-se ao percentual de pessoas ocupadas no universo de pessoas em idade ativa (idade para trabalhar), com 14 anos ou mais de idade, segundo a definição adota pelo IBGE. Taxa de desocupação mede o percentual de pessoas que estavam na força de trabalho, mas que não estavam ocupadas na semana de referência da pesquisa e estavam tomando medidas para obter emprego.

RENDIMENTO

O trabalho também revela que o rendimento médio real efetivo dos homens é relativamente superior ao das mulheres cearenses em toda a série analisada (2012 A 2021), apresentando um distanciamento maior a partir de 2018. Entretanto, no 3º trimestre de 2020, em consequência do efeito da primeira onda da COVI-19, essa diferença relativamente cai, uma vez que a redução dos rendimentos efetivos dos homens é superior ao das mulheres. Entre o 1º e o 3º trimestres de 2020, o rendimento médio entre os homens caiu de R$ 2.103,93 para R$ 1.780,43, redução de 18,2%. Já o rendimento médio entre as mulheres, nesse mesmo intervalo de tempo, apresentou redução de R$ 1.897,58 para R$ 1.651,15, uma queda de 14,2%.

A diferença de rendimentos entre homens e mulheres volta a crescer com a retomada da economia, a partir dos 3º e 4º trimestres de 2020, e com a segunda onda de contágio em 2021. Em decorrência dos efeitos da segunda onda da Covid-19 no Ceará, no 2º trimestre de 2021, a perda de rendimentos das mulheres foi superior ao dos homens. Enquanto o rendimento médio dos homens caiu 9,7%, os das mulheres sofreram queda de 11,2%. No que diz respeito aos rendimentos efetivos real de todos os trabalhos, as mulheres foram as que mais perderam em decorrência dos efeitos da pandemia sobre o mercado de trabalho.

ALGUNS AVANÇOS

De acordo com o analista de Políticas Públicas Jimmy Lima de Oliveira, um dois autores do trabalho – juntamente com Luciana de Oliveira Rodrigues, titular da Disoc, Raquel da Silva Sales, assessora Técnica, Vitor Hugo Miro Couto Silva, Colaborador Disoc/Pesquisador CAPP – apesar dos Apesar dos problemas provocados pela pandemia da Covid-19 foi possível observar alguns avanços no período mais recente sobre o mercado de trabalho feminino, a exemplo do aumento na taxa de participação no mercado de trabalho e do aumento no nível de ocupação na comparação do 4º trimestre de 2021 com o 4º trimestre de 2020.

Os avanços podem ser creditados aos resultados positivos na condução do plano de retomada da atividade econômica implementado pelo governo do estado do Ceará combinado com os avanços na cobertura vacinal. No entanto, pelas análises realizadas, com base nos dados da Pnad Contínua do IBGE, os indicadores sinalizam que as mulheres não apenas seguem em desvantagem em relação aos homens, mas algumas desigualdades foram aprofundadas. A questão sanitária ainda permanece em alerta e seus efeitos sobre as esferas sociais e econômicas podem continuar impondo sérios desafios para a promoção da igualdade de gênero e para o desenvolvimento social.

Clique aqui e acesse o Enfoque Econômico – Nº 234 – Mercado de trabalho e vulnerabilidade das mulheres cearenses no contexto da pandemia de COVID-19.

Assessoria de Comunicação do Ipece
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