Crescem médias móveis das frequências nas escolas do Ceará

7 de março de 2022 - 10:31

As médias móveis das frequências escolares no Ceará aumentaram tanto a médio (2017 a 2021) como a longo prazo (2012 a 2021), de acordo com dados analisados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Tal elevação nas frequências é mais evidente após o final de 2017. Em termos de longo prazo (período do quarto trimestre de 2012 (2012/T4) ao terceiro trimestre de 2021 (2021/T3), a média móvel da frequência escolar líquida ganha destaque por apresentar um crescimento de 32,67% durante este período, superando a média brasileira a partir do final de 2017. A constatação está no Boletim Trimestral da Juventude (Ano 1 – 3º trimestre/2021) publicado pela Diretoria de Estudos Sociais (Disoc) do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).

O estudo mostra crescimentos na média da frequência escolar bruta (12,19%) e da frequência escolar total (entre jovens de 15 a 29 anos), com elevação de quase 9%. Com tais expressivos resultados das médias, durante o terceiro trimestre de 2021, o Ceará apresentou uma média móvel de 35,77% dos jovens frequentando alguma instituição de ensino e, restringindo à faixa etária que deveria estar na escola (15 a 17 anos), esta média aumenta para 93,11% dos jovens. Enquanto a média da frequência escolar líquida foi de 70,02%. Esta frequência escolar entre jovens de 15 a 17 anos (ensino médio) permite observar o destaque do Ceará que, quando comparado ao Brasil (66,04% dos jovens) e ao Nordeste (59,64%), apresenta a menor distorção idade-série desde o final de 2017.

De acordo com o trabalho, a média móvel da taxa de analfabetismo entre jovens apresenta uma tendência de redução no longo prazo (apresentando uma redução de -53,52% da média cearense), apesar de pequenas flutuações no curto prazo, como um pequeno aumento entre o período de 2019 a 2020. No segundo trimestre de 2021, 1,49% dos jovens (de 15 a 29 anos) cearenses que não sabiam ler ou escrever, patamar superior ao nordestino (1,46%) e nacional (0,82%).

NEM-NEM

Mais de 30% da população jovem, entre 15 e 29 anos, estava, no terceiro trimestre de 2021, na situação de não estar trabalhando ou estudando. Em termos quantitativos, tal índice representava mais de 687.946 jovens cearenses, isso levando em consideração o cenário ainda persistente de pandemia. No entanto, em uma comparação com o curto prazo, esta população em situação de vulnerabilidade apresenta uma redução de 14,5%. Dessa forma, existe uma recuperação, ao se observar uma média mais próxima ao patamar pré-pandemia (de 2017 ao final de 2019). Uma possível explicação para esta recuperação reside na melhoria do cenário no mercado de trabalho entre os jovens. Contudo, no longo prazo, esta variação ainda é positiva, representando um aumento de mais de 10% ao longo da série.

Os mais afetados, considerando as diferentes faixas etária, são os jovens com idade entre 25 e 29 anos, que apresentou em 2021/T3 uma proporção de 36,44%, seguida pela faixa de 18 a 24 anos (35,34%). Quanto aos jovens correspondentes à faixa etária escolar (15 a 17 anos), esta população correspondeu a 5,45%. No entanto, mesmo detendo a menor proporção de jovens nesta condição, este grupo específico foi o único entre as faixas etárias que apresentou um aumento no curto prazo (8,1%). Mas, este grupo também foi o único a apresentar um decréscimo expressivo no longo prazo (-53,5%). De modo geral, no curto prazo, todas as proporções relacionadas aos jovens que não estudam e não trabalham sofreram reduções (com exceção para a faixa etária entre 15 e 17 anos).

MERCADO DE TRABALHO

De acordo com o estudo, em meio a um cenário negativo com consequências de mais de um ano de pandemia da Covid-19, os dados da PNADC já começam a dar indícios de uma recuperação, ainda que gradual, entres os jovens no mercado de trabalho. A proporção de jovens (de 15 a 29 anos) fora da força de trabalho apresenta uma tendência decrescente, após atingir patamar histórico de mais de 55% dos jovens em 2020/T2. No terceiro trimestre de 2021, o Ceará detém uma proporção de 43,6% de jovens fora da força de trabalho, o que representa uma redução de 16% no curto prazo. “É importante observar que, além da redução dos jovens fora da força de trabalho, há a redução da taxa de desocupação, indicando que os jovens estão enfrentando menos dificuldades de ingressar no mercado de trabalho”.

A taxa de desocupação também recuou em 13% no curto prazo, chegando a 21,19% dos jovens. A recuperação ainda é de forma gradual, uma vez que esta proporção ainda sofre um aumento de 50%, quando comparada no longo prazo. Não obstante, fica abaixo da taxa de desocupação de jovens nordestinos (27,5%) em 2021/T3. Com o aumento da proporção da população vacinada e a flexibilização das medidas da quarenta, o mercado de trabalho favoreceu as condições para os jovens no mercado de trabalho, o que também pode ser observado na proporção de jovens empregados informalmente (60,38% em 2021/T3). Considerando que, ao início do ano, tal proporção dos jovens era de mais de 64%. Assim, este indicador sofre uma redução de 6% no curto prazo.

O ESTUDO

O Boletim Trimestral da Juventude tem como objetivo acompanhar os principais indicadores de educação e mercado de trabalho para a população cearense na faixa etária dos 15 aos 29 anos de idade. O documento fornece, aos gestores públicos e sociedade civil, informações sobre o desempenho da juventude quanto à frequência escolar, conclusão dos ciclos escolares, analfabetismo, média de anos de estudos, população jovem ativa no mercado de trabalho, desocupação, informalidade e médias salariais.  Para tanto, este boletim trimestral explora os dados da Pesquisa por Amostra Domiciliar Contínua do IBGE, iniciada em 2012. Os indicadores são calculados com periodicidade trimestral, o que permite observar flutuações ao longo do ano e compará-las com anos precedentes.

Clique aqui e acesse o Boletim Trimestral da Juventude – N 03 / 2021.

Assessoria de Comunicação do Ipece
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