Estudo analisa impacto das medidas de combate à pandemia no mercado de trabalho

13 de dezembro de 2021 - 15:43

As medidas de combate a pandemia da covid-19 adotadas ao longo do ano de 2020 resultou em forte impacto no mercado de trabalho nacional, com perda expressiva de quase meio milhão de vagas de empregos formais (com carteira assinada). Em 2019 o número de emprego formais no Brasil era de 46,7 milhões e em 2020 passou para 46,3 milhões, ou seja, menos 480,3 mil. Quase todas as regiões do país foram afetadas, com exceção a Centro-Oeste, que conseguiu registrar variação positivo no estoque de empregos formais na comparação do 2019. O Nordeste foi a segunda região mais afetada, atrás da região Sudeste, que respondeu por grande parte das perdas observadas no país, com destaque para os estados do Rio de Janeiro e São Paulo

O Ceará não ficou imune ao fenômeno, tendo sido o sexto a registrar as maiores perdas de vagas formais de emprego:  de mais de 37 mil vagas, reduzindo seu estoque de empregos para 1.441.497 vínculos (em 2029 eram 1.478.563), resultando em perda de participação nacional de 3,2%, em 2019, para 3,1%, em 2020 e perda de participação regional de 17,30%, em 2019, para 17,23%, em 2020. O mercado de trabalho cearense foi um dos mais afetados do Brasil, cujas perdas na região Nordeste só não foram maiores que aquelas observadas no estado de Pernambuco, que destruiu 52.173 vagas de empregos formais no último ano.

Os dados, tendo como base os números da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) disponíveis no site do Ministério do Trabalho, estão no Ipece/Informe (nº 200 – Dezembro/2021) – Efeitos da Covid-19 sobre o mercado de trabalho formal cearense a partir dos dados da Rais de 2020. O trabalho, que tem como autor o analista de políticas Públicas  Alexsandre Lira Cavalcante, que integra a Diretoria de Estudos Econômicos (Diec) do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), também revela que as perdas observadas no Ceará também ocorreram na redução no número de estabelecimentos formais, num total de 1.714 estabelecimentos, resultando em perda de participação e de ranking nacional, saindo da décima colocação, em 2019, para a décima primeira posição em 2020.

As atividades mais impactadas no combate a pandemia da covid-19 foram os serviços e o comércio. Na contramão, apresentando resultados positivos, a construção com boa geração de empregos, seguido pela agropecuária e indústria, atividades que se recuperaram rapidamente após o relaxamento das medidas de isolamento social e de restrição sobre o funcionamento das atividades econômicas. De acordo com o Analista de Políticas Públicas, os municípios localizados no interior do Ceará foram os mais impactados, especialmente aqueles localizados na região do Cariri, Sertão Central, Litoral Norte, Litoral Leste e Centro Sul. A região da Grande Fortaleza também não ficou imune as perdas. Na análise da distribuição espacial e por atividades dos empregos formais cearenses – explica – ocorreu uma elevada concentração em quase todas as atividades, especialmente na construção civil. A atividade que apresenta o menor grau de concentração dos empregos formais por municípios cearenses foi a agropecuária.

Clique aqui e acesse o  Ipece Informe Nº 200 – Efeitos da Covid-19 sobre o Mercado de Trabalho Formal Cearense a partir dos Dados da RAIS de 2020.

Assessoria de Comunicação do Ipece
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