Rendimento médio da população ocupada cearense é maior que a do Nordeste em 2020

8 de dezembro de 2021 - 11:15

O rendimento médio mensal da população ocupada no Ceará, em 2020, foi de R$1.845,00, maior que a do ano anterior, quando atingiu R$ 1.674,00, ou seja, R$ 171,00 a mais. Com relação a 2012, quando a média totalizou R$ 1.527,00, o valor do ano passado é maior em R$ 318,00. A média cearense em 2020 é superior a do Nordeste (R$ 1.751,00), mais ainda inferior em 33% do que a média brasileira no mesmo ano, de R$ 2.447,00, ou seja, diferença de R$ 602,00. Os dados e muitos outros podem ser conferidos no Ipece/Informe (nº 199 – Dezembro/2021) – Análise da desigualdade dos rendimentos no estado do Ceará entre 2012 e 2020. O trabalho acaba de ser publicado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).
A assessora Técnica do Ipece Luciana de Oliveira Rodrigues, autora do trabalho, observa que o objetivo do estudo é analisar a evolução dos indicadores relacionados ao rendimento de todas as fontes relativas ao período de 2012 a 2020 para o estado do Ceará, fazendo um comparativo com a situação do Nordeste e do Brasil. “É dada ênfase aos indicadores relacionados as principais fontes de renda da população, ao rendimento médio mensal da população ocupada, e a desigualdade de renda, mensurado pelo Índice de Gini (de todos os trabalhos e da renda domiciliar per capita)” – observa. O trabalho tem como base dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE).
Dos 9,2 milhões de habitante do Ceará em 2020, 58,8% possuíam algum tipo de rendimento (5,4 milhões), menos que a proporção registrada em 2019 (59,1%) e maior que a observada em 2012 (56,5%). Sendo que 34,6% da população de 14 anos ou mais possuía rendimentos de todos os trabalhos e 32,1% da população total do Ceará obtinham rendimentos de outras fontes. Para os que recebiam rendimentos que não eram proveniente do trabalho, o que apresentou maior variação foram os rendimentos de outras fontes (inclui o seguro-desemprego, programas de transferências de renda do governo, rendimento de poupança, etc.).
No ano passado, de acordo com Luciana Rodrigues, o mercado de trabalho cearense era composto por 3,1 milhões de pessoas de 14 anos ou mais de idade residentes ocupadas. Especificamente, de acordo com as estatísticas da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD-Contínua), este mercado era composto majoritariamente pelo gênero masculino, onde a participação estava assim dividida: 59,4% de homens e 40,6% de mulheres. Pardos representavam 66,6% desta população, enquanto brancos correspondiam a 26,6% e negros compunham a minoria do mercado com aproximadamente 6% da população analisada. Quanto à idade, destaca-se que a população da faixa etária entre 18 e 39 anos no período analisado, que compunha 54,8% do mercado, enquanto 44,6% representavam aqueles que possuíam 40 anos ou mais de idade.

RENDIMENTOS/GÊNERO

Ela explica que, quando analisados os rendimentos médios mensais de acordo com o gênero, é possível observar que rendimentos tiveram uma variação positiva quando comparamos os anos de 2019 e 2020, seja para o Brasil, o Nordeste e o Ceará. Em relação a diferença de rendimentos entre homens e mulheres, embora o rendimento médio das mulheres sejam inferior ao dos homens para todas as regiões analisadas, para o ano de 2020 o Ceará apresentou uma taxa de proximidade (dada pela proporção de rendimentos das mulheres em relação ao dos homens) maior, de 87,89%, sendo os rendimentos médios mensais para homens e mulheres foram de R$1.941 e R$1.706 reais, respectivamente.
Já o Brasil, apesar deste apresentar uma grande diferença entre os rendimentos, tanto para os homens, quanto para as mulheres, quando comparado ao Ceará, apresentou uma taxa de proximidade menor de apenas 78,4%, mostrando uma maior disparidade salarial entre os gêneros. Ao analisar as diferenças dos rendimentos entre homens e mulheres no longo prazo, elas já apresentavam um tendência de redução. Em 2012, as mulheres brasileiras, nordestinas e cearenses ganhavam, em média, 26,5%, 16,1% e 14,9% a menos que os homens, respectivamente. Em termos da taxa de proximidade isso representava, respectivamente para Brasil, Nordeste e Ceará, 73,5%, 83,9% e 85,1%.

Clique aqui e acesse o  Ipece Informe Nº 199 – Análise da desigualdade dos rendimentos no estado do Ceará entre 2012 e 2020.

Assessoria de Comunicação do Ipece
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