Exportações cearenses caem 21,41%, efeito do Covid-19, e importações crescem 12,7% no primeiro trimestre de 2021

16 de abril de 2021 - 11:38

No primeiro trimestre de 2021 (janeiro/março), as exportações cearenses totalizaram US$ 435 milhões, valor que, em comparação ao mesmo período do ano passado, representou queda de 21,41%. O resultado foi o menor dos últimos cinco anos para o período, indicando que as exportações ainda estão sentindo os efeitos negativos da pandemia da Covid-19, que vem afetando as relações de trocas no mercado mundial. As exportações do Ceará representaram, nesse primeiro trimestre, apenas 0,78% do total exportado pelo Brasil, voltando ao percentual observado em 2016, e assim interrompendo a tendência de ganho de participação que vinha ocorrendo desde o ano de 2015.

Já as importações do Ceará, de janeiro a março de 2021, caminharam de forma oposta, pois alcançaram US$ 754 milhões, ou seja, crescimento de 12,7% em relação ao mesmo período de 2020. A participação das importações do Estado foi de 1,58% do total do Brasil. Diante desse desempenho das exportações e importações o saldo da balança comercial cearense fechou negativo em US$ 319 milhões. A corrente de comércio somou US$ 1.189 milhões no primeiro trimestre de 2021, registrando queda de 2,7%, comparado ao mesmo período de 2020. Os números estão no Enfoque Econômico (nº 227 – Abril/2021) publicado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).

O estudo observa que, na análise mensal (março), o valor das exportações de março foi superior ao de fevereiro em 47,9%, tendo sido o maior desempenho dentre os meses de 2021. No entanto, nos três meses as exportações apresentaram redução na comparação com os mesmos meses de 2020. Já as importações de março de 2021 alcançaram US$ 304,8 milhões, apresentando variação positiva comparada com as importações do mês imediatamente anterior (43,8%), sendo também o maior valor dentre os três meses do ano. Relativamente a março de 2020, foi verificado crescimento de 18,7%. O saldo da balança comercial cearense no mês de março foi negativo em US$ 108,3 milhões, déficit superior ao observado no mês de fevereiro. A corrente de comércio exterior cearense em março de 2021 foi de US$ 501,2 milhões, valor superior aos meses anteriores.

De acordo com a assessora Técnica Ana Cristina Lima Maia, que juntamente com o analista de Políticas Públicas Alexsandre Lira Cavalcante realizaram o trabalho, de janeiro a março de 2021, a Secretaria de Comércio Exterior, vinculada do Ministério da Economia, listou em seu cadastro 219 empresas participantes da pauta exportadora cearense e 353 empresas importadoras. “Vale ressaltar que no final de 2020 constavam no cadastro 310 empresas cearenses exportadoras e 583 empresas cearenses importadoras, mostrando uma diminuição da quantidade de empresas participantes do comércio exterior cearense” – observou.

PAUTA

No acumulado de janeiro a março de 2021, o setor de Produtos Metalúrgicos continuou liderando as exportações cearenses, com 48,57% do total exportado pelo Estado. Em 2020, esse setor participou com 51,52% da pauta. As exportações de produtos metalúrgicos apresentaram redução de 25,91% em relação ao mesmo período de 2020, indicando perda de mercado devido aos problemas de oferta e demanda causada pela crise da covid-19. As exportações de Calçados e suas partes ocuparam o segundo lugar, respondendo por 13,31% da pauta cearense, com a quantia de US$ 57,9 milhões, representando queda de 17,28% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A exportação de Máquinas e equipamentos ficou em terceiro lugar, gerando uma receita de aproximadamente US$ 28,9 milhões, e com uma participação de 6,63% do total da pauta exportadora no acumulado de 2021. Houve queda de 38,9% na exportação desse setor comparada ao mesmo período do ano passado, devido à forte redução das vendas de “Partes de outros motores/geradores/grupos eletrogeradores”. Dos principais produtos da pauta no acumulado de janeiro a março de 2021, os que apresentaram crescimento, comparativamente ao mesmo período de 2020, foram: Frutas (+26,48%); Ceras vegetais (+8,71%); Couros e peles (+14,08%); e Produtos Têxteis (+47,93%).

A pauta de importação do Ceará, no primeiro trimestre de 2021, foi liderada pelo grupo Combustíveis minerais e seus derivados, participando com 28,04% da pauta total do Estado. Porém, esse grupo registrou redução do valor importado de 17,72%, explicado pela queda na aquisição de Hulha betuminosa, não aglomerada; Gasolina (exceto para aviação); e Gasóleo (óleo diesel). Além do grupo Combustíveis minerais, também teve redução no valor importado o grupo Produtos da Indústria química (-26,33%). As importações de Máquinas, aparelhos e materiais elétricos ocuparam o segundo lugar, respondendo por 15,89% da pauta cearense, com crescimento de 103,2% nos primeiros três meses de 2021 comparado com o mesmo período de 2020.

Esse crescimento foi puxado principalmente pelos produtos Células solares em módulos ou painéis; Partes de outros motores/geradores/grupos eletrogeradores; e Conversores elétricos estáticos. O grupo Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos ficou em terceiro lugar com valor de US$ 70,7 milhões, respondendo por 9,4% da pauta de importação do Ceará. Cereais aparecem logo em seguida, com crescimento de 41,9%, influenciado pelo aumento de compra de trigo. A importação de Produtos Metalúrgicos também cresceu (40,36%), atingindo o montante de US$ 58,2 milhões.

Clique aqui e acesse o Enfoque Econômico Nº 227 – Desempenho da Balança Comercial do Ceará – Primeiro Trimestre de 2021.

Assessoria de Comunicação do Ipece
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