Estudo mostra efeitos da Covid-19 nos indicadores de jovens fora da escola e sem ocupação, mercado de trabalho e na educação

8 de dezembro de 2020 - 12:24

Com a pandemia do Covid-19, os indicadores de jovens fora da escola e sem ocupação sofreram forte influência, o que ocorreu também com os indicadores do mercado de trabalho, e com menos intensidade no setor de educação. A proporção de jovens de 15 a 29 anos fora da escola e sem ocupação atingiu a maior marca desde o início da série, chegando a 37,2%, resultado que superou a marca nacional e regional para o período. Especificamente, mais de ¼ dos jovens (802.726) estavam nessa condição no 2º trimestre de 2020, contra 604.022 em igual período do ano passado.

No entanto, a maior proporção foi observada entre os jovens de 18 a 24 anos (46,2%). Porém, o maior crescimento no curto prazo ocorreu entre jovens de 25 a 29 anos (quase 40%), cuja proporção chegou aos 43,4%. Entre os jovens de 18 a 24 anos, o crescimento acentuado fez com que o Ceará ultrapassasse o patamar regional.  Os números estão no Boletim Trimestral da Juventude (nº 02/2020) publicado pela Diretoria de Estudos Sociais (Disoc) do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), órgão vinculado à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do Governo do Estado do Ceará.

Elaborado pelo analista de Políticas Públicas Victor Hugo de Oliveira, com colaboração de Rayén Heredia Peñaloza, o trabalho mostra que, na faixa etária de 15 a 17 anos, a proporção apresentou tendência decrescente (-30,4% no curto prazo), chegando a 6,5% no trimestre em questão ficando abaixo tanto do Nordeste e do Brasil. “Apesar da proporção de jovens mulheres nesta condição ser maior (45,2%), entre os homens esta proporção (29,4%) apresentou crescimento mais acentuado (39,2% no curto prazo)” – observa, acrescentando que a proporção de jovens fora da escola e sem ocupação é maior nos municípios do interior do Ceará: 41,1%.

TRABALHO E EDUCAÇÃO

O estudo, ao analisar o mercado de trabalho, observou que a proporção de jovens de 15 a 29 anos fora da força de trabalho, apesar de ter sofrido uma queda entre 2016 e 2019, cresceu substancialmente no 2º trimestre de 2020 por conta da pandemia de Covid-19, chegando a 57,10%. Também sob influência da pandemia, a taxa de desocupação entre jovens aumentou em mais de 16% no curto prazo, estabelecendo-se em 23,95% em 2020 T2 (abaixo da média nacional e regional).  Já a proporção de jovens de 15 a 29 anos ocupados informalmente chegou a 59,31%, aumentando em todas as faixas etárias, mas especialmente em jovens entre 15 e 17 anos, onde esta taxa subiu mais de 10% no curto prazo, chegando a 68,04%.

Os indicadores de frequência escolar aparentemente “não sofreram forte influência da pandemia de Covid-19. Contudo, a leitura desses indicadores deve ser feita com ressalvas” – observa Victor Hugo. Ele informa que, com um crescimento de quase 5% em relação ao ano anterior, a frequência escolar entre os jovens de 15 a 17 anos alcançou a proporção de 92,5%, mantendo-se em patamar acima do Brasil e do Nordeste. A proporção de jovens de 15 a 17 anos frequentando o ensino médio cresceu mais de 10% no curto prazo, chegando a 77,7%, estabelecendo uma diferença de 8,51 pp (ponto percentual) com o Brasil e 15 pp com o Nordeste.

Outra constatação é que, a partir de 2019 (4º trimestre), a taxa de analfabetismo continuou caindo após período de crescimento, atingindo o patamar de 1,5% e distanciando-se da proporção do Nordeste.  A proporção de jovens com 18 a 29 anos com ensino médio completo e a proporção de jovens com 25 a 29 anos com superior completo apresentaram um crescimento acentuado, aproximando-se ainda mais do patamar nacional e chegando a 70% e 19%, respectivamente. O número médio de anos de estudos dos jovens de 18 a 29 anos (11,5 anos) segue apresentando uma tendência de crescimento aproximando-se ainda mais da média nacional (11,8 anos).

Clique aqui e acesse o Boletim Trimestral da Juventude – N 02 / 2020.

Assessoria de Comunicação do Ipece
(85) 3101.3509