Cresce para 86,94% a participação de produtos industrializados na pauta de exportações cearenses em 2019

2 de março de 2020 - 14:08

Ao longo dos anos a participação dos produtos industrializados na pauta de exportações cearenses aumentou significativamente, saindo de 46,90%, em 1997, para 86,94%, em 2019, ou seja, um ganho de 40,05 pontos percentuais na comparação dos dois anos. Enquanto isso, a participação dos produtos básicos declinou significativamente, passando de 51,74%, em 1997, para apenas 13,04%, em 2019. Esses e muitos outros dados estão no Ipece/Informe (nº 171 – Março/2020) – Principais Mudanças Ocorridas no Comércio Exterior Cearense por Fator Agregado Entre os Anos de 1997 e 2019, que acaba de ser disponibilizado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).

GRÁFICO: Evolução da participação das exportações de produtos básicos, produtos manufaturados e semimanufaturados na pauta de exportações cearenses – 1997 a 2019 (%)

Porém, os produtos semimanufaturados passam a ganhar importância expressiva na pauta de exportações cearenses. Em 1997, a participação era de 13,48% de tudo que o Estado vendia para o exterior, mas, em 2019, o percentual subiu para 58,17%.  Caminho inverso apresentaram os produtos manufaturados no mesmo período: caíram de 33,41% para 28,77% no ano passado. A participação das exportações de produtos industrializados apresentou retração a partir de 2014, quando ocorreu uma nítida reestruturação da pauta de exportações cearenses de produtos básicos para produtos industrializados, especialmente os semimanufaturados.

De acordo com o analista de Políticas Públicas Alexsandre Lira Cavalcante, um dois autores do trabalho, o conceito de exportações e importações por fator agregado envolve o agrupamento dos produtos em três grandes categorias, levando-se em conta a maior ou menor quantidade de transformação (agregação de valor) que a mercadoria sofreu durante o seu processo produtivo, até sua venda final. A mercadoria é classificada como produto básico ou industrializado, sendo este subdividido em semimanufaturados e manufaturados. Os produtos básicos – explica – são aqueles de baixo valor agregado, normalmente intensivo em mão-de-obra, cuja cadeia produtiva é simples, sofrendo poucas transformações até sua venda; os industrializados são os que sofrem transformação substantiva de forma e conteúdo, dividindo-se em semimanufaturados e manufaturados, considerando o grau de transformação.

PRINCIPAIS PRODUTOS

Os três principais produtos exportados no grupo dos produtos básicos, em 2019, foram: Castanha de caju, fresca ou seca, sem casca (US$ 98,98 milhões; 33,51%); Melões frescos (US$ 41,47milhões; 14,04%); Outras lagostas (Palinurus spp., Panulirus spp., Jasus spp.), congeladas, exceto as inteiras (US$ 40,34 milhões; 13,66%). Enquanto isso, os cinco principais produtos manufaturados exportados pelo estado do Ceará foram Partes de outros motores/geradores/grupos eletrogeradores, etc.; Calçados de borracha ou plásticos, com parte superior em tiras ou correias, fixados à sola por pregos, tachas, pinos e semelhantes; Outros calçados cobrindo o tornozelo, parte superior de borracha, plástico; Outros calçados sola exterior borracha/plástico, de couro/natura; e Água de coco (Cocos nucifera) com valor Brix não superior a 7,4.

Já os cinco principais produtos semimanufaturados exportados cearenses, de acordo com o trabalho, foram: Outros produtos semimanufaturados de ferro ou aço não ligado, de seção transversal retangular, que contenham, em peso, menos de 0,25% de carbono; Produtos semimanufaturados, de outras ligas de aços; Produtos semimanufaturados de ferro ou aço não ligado, que contenham, em peso, 0,25% ou mais de carbono; Ceras vegetais; e Outros couros e peles inteiros, de bovinos (incluindo os búfalos), divididos, com o lado flor.

IMPORTAÇÃO

Ele observa que, apesar da perda de participação dos produtos industrializados nas importações, entre os anos de 2016 e 2017, estes ainda lideraram a pauta de importações cearenses com participação de 68,01% em 2019. Os cinco principais produtos manufaturados importados pelo Ceará foram: Gasóleo (óleo diesel); Outras gasolinas, exceto para aviação: Gás natural liquefeito; Glifosato e seu sal de monoisopropilamina; Ácido 2,4-diclorofenoxiacético (2,4-D), seus sais e seus ésteres. Vale destacar que nenhum destes cinco produtos eram importados em 1997 e passaram a participar com 34,86% da pauta de importações cearenses de produtos manufaturados em 2019.

Clique aqui e acesse o Ipece Informe Nº 171 – Principais Mudanças Ocorridas no Comércio Exterior Cearense por Fator Agregado entre os Anos de 1997 a 2019.

Assessoria de Comunicação do Ipece
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