Participação do Ceará nas exportações do Brasil e do Nordeste cresce em 2019

29 de janeiro de 2020 - 10:56

No período de 2015 a 2019, a participação das exportações do Ceará no total nacional apresentou nítida tendência que crescimento: em 2015 era de 0,55% (R$1,04 bilhão); passou para 0,97% (R$ 2,10 bilhões) em 2017, atingindo o seu maior nível em 2019, com 1,01% (R$ 2,26 bilhões). Com relação ao Nordeste, a participação das exportações cearenses também seguiu o mesmo comportamento ao longo da série, passando de 7,13%, em 2015, para 13,68%, em 2019. Outro dado: a participação das exportações do Nordeste no total do Brasil apresentou queda ( de 7,83% em 2018 para 7,39% em 2019), enquanto que o Ceará obteve ganho de participação, de 12,50% para 13,68 no mesmo período.

Com relação a participação das importações do Ceará no total do Brasil, é possível constatar ganho em 2016, comparado a 2015, atingindo o maior valor ao longo do período (2,53%). Porém, nos anos seguintes. apresentou sucessivas perdas de participação, chegando ao menor valor em 2019, quando encerrou o ano com participação de 1,33%. No total das importações do Nordeste a participação do Ceará registrou o maior valor em 2016 (19,88%), mantendo-se no patamar de 11% nos últimos anos, com leve queda em 2019, comparado com 2018. Os números estão no Ipece Informe (nº 165 – Janeiro de 2020) que acaba de ser publicado pelo do instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).

Já a balança comercial cearense (exportações/importações), seguindo a tendência de queda verificada no resultado nacional em 2019, também apresentou números negativos. As exportações do Ceará em 2019 obteve o valor de US$ 2,65 bilhões, registrando queda de 3,29% quando comparado com 2018, depois de quatro anos de crescimento. Já as importações também tiveram queda (-6,97%) com relação ao ano de 2018, totalizando US$ 2,35 bilhões. O saldo da balança comercial cearense continuou negativo (US$ 92 milhões), mas em valor inferior ao saldo de 2018, uma vez  que a involução das importações foi mais intensa do que a registrada pelas exportações. A corrente de comércio somou o valor de US$ 4,62 bilhões em 2019, redução de 5,2%, com relação ao verificado em 2018.

Exportações

O estudo, de autoria de Alexsandre Lira Cavalcante, analista de Políticas Públicas; Ana Cristina Lima Maia, assessora Técnica, e de Alysson Inácio de Oliveira, estagiário, ao fazer uma análise das exportações cearenses por fator agregado e atividade econômica, constatou que as exportações da atividade agropecuária, em 2019, foi de 99,95% de produtos básicos e apenas 0,05% de produtos manufaturados. Já a indústria de transformação exportou 4,24% de produtos básicos; 64,09% de produtos seminanufaturados, sendo em maior parte os produtos de ferro e aço; e 31,67% de bens manufaturados, com destaque para Partes de outros motores/geradores/grupos eletrogeradores e calçados. As exportações da indústria de transformação, antes de 2017, concentravam-se mais em produtos manufaturados, mas com o começo das exportações de ferro e aço esse comportamento se reverteu. As exportações da atividade indústria extrativa também se concentraram em bens básicos (99,06%), porém nos anos de 2016 e 2017  as exportações dessa atividade concentrou-se mais em bens manufaturados.

Em 2019, a pauta das exportações cearenses continuou sendo liderada pelos Produtos Metalúrgicos, com valor de US$ 1,208 bilhão, respondendo por 53,36% do total exportado pelo estado. Porém, as vendas externas desse grupo apresentou redução de 13,06% em 2019, com relação a 2018, causada pela forte redução das exportações desse produto para Alemanha, Tailândia e Coreia do Sul. Os principais produtos exportados desse grupo foram “semimanufaturados de ferro ou aço não ligado, de seção transversal retangular, que contenham, em peso, menos de 0,25%”, com participação de 85,0%. O Ceará e o Rio de Janeiro foram os estados que mais exportaram esse tipo de produto, tendo os dois exportado praticamente o mesmo valor em 2019. O grupo Calçados foi o segundo mais exportado, com valor de US$ 235,9 milhões, com participação de 10,42%. A crise da Argentina causou arrefecimento das vendas de calçados, tendo sido esse um dos motivos pela queda de 11,64% desse produto nas exportações cearenses quando comparado ao ano de 2018.

Importações

As importações cearenses de 2019, classificadas como atividade econômica agropecuária, foram em sua totalidade de bens básicos ao longo de toda a série. Na atividade indústria de transformação, 91,95% das exportações foram de produtos manufaturados, puxado principalmente por produtos de combustíveis e derivados; 7,33% de bens semimanufarturados; e apenas 0,72% de produtos básicos. As exportações da atividade indústria extrativa concentrou-se em bens básicos (78,82%), com destaque para o produto Hulha betuminosa, seguida de bens manufaturadas (21,18%). Combustíveis minerais, óleos minerais; matérias betuminosas e ceras minerais lideraram a pauta de importação com valor de US$ 896,7 milhões e participação de 38,05%. Em seguida estão os produtos da indústia química, com valor de US$ 250,1 milhões, resultado menor em 12,29% quando comparado com 2018. Em terceiro lugar da pauta estão os produtos metalúrgicos, com valor importado de US$ 229,3 milhões.

Municípios

O município de São Gonçalo do Amarante foi o que mais exportou em 2019, respondendo por 53,03% do total do Ceará, mas registrou queda no valor exportado de 12,73%. Caucaia foi o segundo maior exportador cearense, seguido de Fortaleza, Sobral e Maracanaú. Dentre os dez principais municípios cearenses que exportaram em 2019, cinco apresentaram crescimento do valor quando comparado ao ano de 2018: Caucaia, Fortaleza, Aquiraz, Eusébio e Uruburetama. Os dez principais municípios cearenses exportadores concentraram 89,65% das exportações do estado, indicando um elevado índice de concentração, dos quais seis estão na Região Metropolitana de Fortaleza. Fortaleza manteve-se na liderança como principal município importador cearense com participação na pauta de 32,78% do total importado pelo estado no ano de 2019, participação superior a observada no ano de 2018. Na sequência está São Gonçalo do Amarante (30,97%), Maracanaú (12,60%), Caucaia (9,87%) e Aquiraz (3,33%). A participação conjunta dos cinco primeiros municípios foi de 89,5% em 2019, mostrando-se mais concentrada do que 2018, quando cinco principais participaram com 84,88%.

Clique aqui e acesse o IPECE Informe Nº 166 – Desempenho do Comércio Exterior do Ceará em 2019.

Assessoria de Comunicação do Ipece
(85) 3101.3509