Desigualdade de rendimento no Ceará cai entre 2012/14, mas volta a crescer em 2015 com crise econômica no país

11 de novembro de 2019 - 13:23

Entre 2012 e 2014, a desigualdade do rendimento médio real de todos os trabalhos (para a população de 14 anos ou mais ocupada) apresentou uma tendência de redução, mas voltou a crescer a partir de 2015, alcançando um Índice de Gini de 0,530 no último ano, superior ao Nordeste (0,520) e o Brasil (0,509). O índice de Gini mede o grau de desigualdade na distribuição de renda. Seu valor pode variar teoricamente desde zero, quando não há desigualdade (as rendas de todos os indivíduos têm o mesmo valor), até 1, quando a desigualdade é máxima (apenas um indivíduo detém toda a renda da sociedade e a renda de todos os outros indivíduos é nula.

A constatação de crescimento na desigualdade está no Enfoque Econômico (nº212 – outubro/2019) – Evolução da Desigualdade de Rendimentos no Ceará entre 2012 e 2018, publicado pela Diretoria de Estudos Sociais (Disoc) do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), órgão vinculado à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do Governo do Estado do Ceará. De autoria da assessora Técnica Luciana de Oliveira Rodrigues, o estudo também mostra que as classes compostas por até os 40% com menores rendimentos do trabalho foram as que mais perderam no período, apresentando variações negativas.

Entre 2012 e 2015 observa-se um crescimento no rendimento médio desses trabalhadores, mas nos anos seguintes há um decréscimo da renda (vale ressaltar que, em 2015, o Brasil sofreu uma profunda recessão econômica). Já os trabalhadores que se encontravam na classe de rendimentos “Mais de 10% até 20%” no Ceará foram os que mais perderam no período: em 2012 o rendimento médio desses trabalhadores era de R$ 307, caindo pra R$ 289, em 2018, uma redução de, aproximadamente, -5,9%. Porém, aqueles classificados na classe de “Mais de 40% a 50%” em diante, segundo o trabalho, tiveram ganhos positivos em seus rendimentos (exceto a classe “Mais de 95% até 99%”).

Os trabalhadores da classe de “Mais de 40% até 50%” foram os que tiveram o maior ganho no período de 2012 a 2018 (5,3%). Já o rendimento médio do 1% dos trabalhadores mais ricos subiu de R$ 19.797, em 2012, para R$ 20.528, em 2018, um ganho de 3,7%. Comparativamente, em 2018, este grupo recebia, em média, 39 vezes a renda dos 50% que recebiam menos no Estado, cujo rendimento médio mensal estava em torno de R$ 524. Por sua vez, a faixa dos com menor rendimento (até 10%) era de apenas R$ 115 ao mês.

Clique aqui e acesse o Enfoque Econômico Nº 212 – Evolução da Desigualdade de rendimentos no Ceará entre 2012 e 2018.

Assessoria de Comunicação do Ipece
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