Ceará registra desconcentração econômica da capital para o interior entre 2002 e 2016

10 de outubro de 2019 - 16:50

Em 14 anos, de 2002 a 2016, o Ceará apresentou uma desconcentração da atividade econômica da capital para o interior. Fortaleza, em 2002, respondia por 46,7% da economia cearense (Produto Interno Bruto – PIB), mas em 2016 essa participação caiu para 43,5%, representando uma perda de 3,25 pontos percentuais. No entanto, 2/3 da produção cearense ainda se encontra em apenas dez municípios. Esses números – e muitos outros – estão no trabalho Produto Interno Bruto (nº02 –Outurbro/2019) – Análise do PIB dos Municípios Cearenses – 2002, 2010, 2015 e 2016, que acaba de ser publicado pelo Instituto de Pesquisa e estratégia Econômica do Ceará (Ipece), órgão vinculado à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do Governo do estado do Ceará.

Em 2016, um total de 173 dos 184 municípios cearenses detinha até 1% na participação do PIB do Estado. Em 2002 também havia também 173 municípios com participação com menos de 1%, embora tivessem 31,6% de participação na produção total. No entanto, em 2016 houve um ganho no cômputo geral, já que os 173 municípios passaram a responder por 32,1% do PIB. A maioria dos municípios que apresenta as mais elevadas participações, dentre os anos selecionados (2002, 2010, 2015 e 2016), pertence a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), mais especificamente Fortaleza, Maracanaú, Caucaia, Eusébio, São Gonçalo do Amarante, Aquiraz, Horizonte, Maranguape e Pacajus.

De acordo com o analista de Políticas Públicas Alexsandre Lira Cavalcante, um dos autores do trabalho, os municípios São Gonçalo do Amarante e Caucaia registraram os maiores ganhos de participação no período de análise, com 1,44 e 1,02 pontos percentuais, respectivamente, sendo que, em 2002, São Gonçalo do Amarante estava em 44º, passando a ocupar a sétima posição no ranking de participação em 2016, enquanto que Aquiraz avançou de 13º, em 2002, para oitavo em 2016. Por outro lado, o município de Pacajus, neste mesmo período, apresentou queda de participação no PIB do Estado, onde em 2002, era o nono, passando para décimo sexto no ano 2016.

Ele observa que que nenhum município da RMF está entre os dez menores em termos da participação no PIB do Estado ao longo do período analisado. “Majoritariamente eles são representados por aqueles que estão no interior (Granjeiro, Baixio, General Sampaio, Altaneira, Umari, Potiretama, Arneiroz, Ererê e Antonina do Norte), seguido da Região Metropolitana de Sobral (Senador Sá, Pacujá, Pires Ferreira e Moraújo). Entre eles, merecem destaque Baixio e Granjeiro, que são aqueles de menor capacidade de geração de produção em todos os anos analisados, sempre posicionados, respectivamente, na 183º e 184º.

Na Região Metropolitana de Sobral (RMS), os municípios de Pacujá e Senador Sá também estão em posição bem desfavoráveis, sempre muito próximos entre aqueles com menor capacidade de geração de riqueza durante o período de análise. Em 2016, estiveram posicionados na 182º e 181º, respectivamente. Também são autores do trabalho os analistas de Políticas Públicas Daniel Suliano; Cleyber Medeiros, Nicolino Trompieri, Paulo Pontes e Witalo Paiva, e os assessores Técnicos Ana Cristina Maia e Rogério Soares. O trabalho foi elaborado pela equipe que integra a Diretoria de Estudos Econômicos (Diec), que tem como titular Adriano Sarquis Bezerra de Menezes.

Clique aqui para acessar o Produto Interno Bruto Municipal (outubro/2019) – Análise do PIB dos Municípios Cearenses – 2002, 2010, 2015 e 2016.

Assessoria de Comunicação do Ipece
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