Estudo do Ipece revela municípios com maior e menor vulnerabilidade no Ceará após análises de 12 indicadores

12 de setembro de 2019 - 10:25

Parambu, Saboeiro, Iguatu, Catarina, Umari, Aiuaba, Canindé, Pedra Branca, Quixeramobim, Milhã, Mombaça, Piquet Carneiro, Icó, Arneiroz, Baixio, Jucás, Tauá, Monsenhor Tabosa, Tarrafas, Jardim, Caririaçu, Quiterianópoles, Quixelô e Cariús são, dentre os 184 municípios cearenses, os que estão em alta vulnerabilidade em 2019, de acordo com o Índice Municipal de Alerta (IMA). O Índice avalia um conjunto de 12 indicadores, os quais buscam captar a vulnerabilidade dos municípios no que diz respeito aos aspectos climatológicos, agrícolas e sociais, pertinentes às áreas de meteorologia, produção agrícola e assistência social. Os dados – e muitos outros – estão no relatório Índice Municipal de Alerta (IMA/2019) – Um Instrumento de Orientações Preventivas Sobre Adversidades Climáticas no Estado do Ceará, que acaba de ser publicado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), órgão vinculado à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do Governo do Estado do Ceará.

Também com base em 2019 (janeiro a junho, o grupo de baixa vulnerabilidade  do IMA é composto por 27 municípios, destacando os localizados nas regiões de planejamento da Grande Fortaleza (8 municípios), Serra da Ibiapaba (6 municípios) e Maciço de Baturité (3 ). Os municípios são: Ibiapina, Guaraciaba do Norte, Ubajara, Tianguá, São Benedito, Trairi, Pacoti, Viçosa do Ceará, Paraipaba, Aquiraz, Fortaleza,  Paracuru, Morrinhos, Palmácia, Aratuba, Fortim, Mulungu, Guaramiranga, Redenção, Uruburetama, Granjeiro, Maranguape, Meruoca, Itapagé, Eusébio, Beberibe e Pindoretama. “Pode-se conjecturar que este resultado é devido ao fato destas regiões possuírem municípios que registraram maiores precipitações pluviométricas neste ano, e também por deterem boas condições de infraestrutura hídrica, melhor situação relativa de produção agrícola e satisfatórios indicadores de assistência social” – ressalta o documento.

De acordo com o analista de Políticas Públicas Cleyber Nascimento de Medeiros, autor do estudo e que contou com a colaboração do técnico Jáder Ribeiro de Lima, ambos da Gerência de Estatística, Geografia e Informação (Gegin) do Ipece,  para o ano de 2019, o quantitativo de municípios, segundo as quatro classes do IMA (Alta Vulnerabilidade, Média-Alta Vulnerabilidade, Média Vulnerabilidade e Baixa Vulnerabilidade) foi de  27 cidades com baixa vulnerabilidade (14,67% do total dos municípios do Estado), enquanto 24 foram qualificadas na categoria de alta vulnerabilidade (13,04%).  “A maior parte dos municípios cearenses se concentra nas classes de média-alta e média vulnerabilidade, correspondendo, respectivamente, por 45,65% e 26,63% do total de municípios” – afirma.

CLASSES DE VULNERABILIDADE SEGUNDO O IMA – 2019

Ele observa que o IMA – que é calculado desde 2004 – foi concebido no âmbito do Grupo Interinstitucional Permanente para Convivência e Desenvolvimento Sustentável do Semiárido, contando com a participação de técnicos de diversas secretarias do Estado. Cleyber Nascimento revela que o Ceará tem cerca de 90% de seu território inserido no semiárido, que em termos geoambientais constitui-se em uma região marcada pela variabilidade têmporo-espacial das chuvas, detendo altas temperaturas e elevada deficiência hídrica. “Uma característica comum da região semiárida é a ocorrência de secas periódicas. Em 2019, conforme informações da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), as precipitações pluviométricas atingiram até o mês de junho o quantitativo de 812 mm, alcançando, desse modo, a média histórica anual.”

O Governo do Estado – frisa – tem efetivado muitas ações para amenizar os efeitos da escassez hídrica no território cearense, como por exemplo, a construção de barragens e açudes, a instalação de adutoras, a perfuração e instalação de poços, a implantação de sistemas de abastecimento de água, a transposição do rio São Francisco, a integração de bacias hidrográficas por meio do projeto Cinturão das Águas. “Nessa conjuntura, almejando contribuir com um instrumento para identificação dos municípios mais vulneráveis no tocante a questões climáticas, agrícolas e de assistência social, o Ipece disponibiliza para o Governo e a sociedade o Índice Municipal de Alerta 2019”.

O Índice Municipal de Alerta (IMA) é calculado para os 184 municípios do Estado do Ceará a partir de um conjunto de 12 indicadores, os quais buscam captar a vulnerabilidade dos municípios no que diz respeito aos aspectos climatológicos, agrícolas e sociais, pertinentes às áreas de meteorologia, produção agrícola e assistência social. Os indicadores são: Produtividade agrícola por hectare; Produção agrícola por habitante; Utilização da área colhida com culturas de subsistência; Perda de safra; Proporção de famílias beneficiadas com Bolsa-Família; Número de vagas do Seguro Safra por 100 habitantes rurais; Climatologia; Desvio normalizado das chuvas; Escoamento superficial; Índice de Distribuição de Chuvas, Índice de Aridez e Situação dos mananciais de água dos sistemas de abastecimento das sedes urbanas. “O IMA é uma importante ferramenta de gestão que o Governo do Estado do Ceará dispõe para identificar os municípios que potencialmente podem ser mais afetados pelas intempéries climáticas e pela falta de recursos hídricos adequados para atender às necessidades da população local” – conclui.

Clique aqui e acesse o Índice Municipal de Alerta (IMA) – 2019.

Assessoria de Comunicação do Ipece
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