Analista de políticas públicas do Ipece tem estudo publicado em periódico internacional

31 de janeiro de 2019 - 12:02

O estudo científico “Natural Disasters and Economic Growth in the Northeastern Brazil: Evidence From Municipal Economies of the State of Ceará”, de autoria do analista de Políticas Públicas da Diretoria de Estudos Sociais (Disoc) do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), Victor Hugo de Oliveira, PhD em economia pela Universidade de Alicante, foi publicado, na edição de janeiro de 2019, no periódico internacional Environment and Development Economics do Instituto Beijer (The Beijer Institute of Ecological Economics), que é apoiado pela Real Academia Sueca de Ciências. O trabalho, inclusive, tirou o primeiro lugar, em 2017, no XIII Encontro Economia do Ceará em Debate realizado pelo Ipece.

De acordo com Victor Hugo, o estudo mostra que não somente as secas/estiagens provocam a redução da taxa de crescimento econômico municipal no curto prazo, como também as enchentes/enxurradas. “O aumento médio em um desvio padrão nos danos causados por ambos os tipos de desastres naturais (ou R$ 11,4 per capita, em valores reais de 2012) causa uma queda de aproximadamente 3,1 por cento na taxa de crescimento média do Produto Interno Bruto (PIB) per capita dos municípios cearenses” – observa, acrescentando, que quando o  impacto é analisado por tipo de desastre, observa-se que as enchentes/enxurradas causam maior redução do crescimento econômico municipal do que nas secas/estiagens.

Além disso – esclarece o Analista de Políticas Públicas do Ipece – , enquanto o crescimento do valor adicionado do setor agrícola é sensível aos dois tipos de desastres naturais supracitados, o crescimento do valor adicionado setor de serviços/comércio se mostra reativo somente às enchentes/enxurradas. Já a taxa de crescimento do valor adicionado do setor da indústria não apresentou qualquer sensibilidade aos desastres naturais ocorridos no período. Já em termos de políticas públicas, o estudo mostra ainda que a ampliação do número de adutoras e da capacidade de armazenamento de recursos hídricos no estado durante o período da análise contribuiu para atenuar os impactos de secas/estiagens, especificamente na taxa de crescimento do setor de serviços/comércio.

Victor Hugo argumenta que esse impacto não foi observado para o setor agrícola, muito provavelmente porque a produção em tal setor provém substancialmente da agricultura familiar que depende exclusivamente de micro-infraestruturas de acesso à água (exemplo, cisternas de placa, carro pipa, etc.). Já o programa Garantia-Safra, o qual busca assegurar uma renda mínima para agricultores familiares em municípios com perdas de safra acima de 50 por cento em decorrência daqueles dois tipos de desastres naturais, contribuiu para mitigar os impactos de tais choques climáticos sobre o crescimento econômico do setor agrícola dos municípios cearenses. “O fato do agricultor familiar ter acesso a programas de transferência de renda como Bolsa Família e Aposentadoria Rural, os quais garantem um consumo mínimo familiar, permitem que o benefício do programa Garantia-Safra seja alocado para minimizar as perdas decorrentes dos desastres naturais especialmente com a produção animal” – conclui. A publicação pode ser acessada no link: https://doi.org/10.1017/S1355770X18000517.

Assessoria de Comunicação do Ipece
(85) 3101.3509