Ceará tem melhor desempenho que o Nordeste em 15 dos 20 indicadores sociais analisados

8 de janeiro de 2019 - 13:51

Dos 20 indicadores sociais do Ceará analisados em 2017, o Estado apresenta uma situação melhor que a região Nordeste em 15 deles e tem uma taxa de desocupação menor que o Brasil e o Nordeste. Dos indicadores de educação é possível destacar maior redução na taxa de analfabetismo absoluto e funcional e maiores avanços no aumento dos anos de estudos da população adulta. Em relação à redução da pobreza, entre as três regiões analisadas, o Ceará foi o único a reduzir a proporção de pessoas em situação de pobreza. A análise da dinâmica dos indicadores sociais dos últimos anos, ao comparar a situação do Ceará com a da região Nordeste e o Brasil, e sempre que possível, por área de moradia (Rural, Urbano e RMF), permite reconhecer as conquistas alcançadas e os desafios a serem superados.

Tais constatações estão no trabalho Indicadores Sociais do Ceará 2017, que acaba de ser publicado pela Diretoria de Estudos Sociais (Disoc) do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), órgão vinculado à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do Governo do Estado do Ceará. As bases de dados utilizadas no estudo são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) e Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), elaboradas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), de 2006 a 2017; do Sistema de Informações de Nascidos Vivos e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (Sim), ambos do Ministério da Saúde, extraídos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus) e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) do Ministério da Educação.

De acordo com João Mário de França, titular da Disoc e coordenador do documento, para 2017 foram analisados 20 dos 22 indicadores, uma vez que não havia informações disponíveis até a publicação do estudo sobre esperança de vida ao nascer e taxa de mortalidade infantil. O Ceará atingiu uma média de 81,04 por cento da situação brasileira, em 2017, apontando para uma melhora da situação cearense em relação a 2006. Dos indicadores que o Ceará teve melhor resultado em 2017, destacam-se: menor taxa de desocupação, menor índice de Gini e menor razão da concentração de renda dos 10 por cento mais ricos em relação aos 50 por cento mais pobres.

Ao comparar a variação percentual de 2017 em relação a 2016, entre os indicadores de educação, o Diretor da Disoc destaca o crescimento da escolaridade média dos cearenses, em anos de estudos, que foi superior a do Nordeste e do Brasil, assim como a redução na taxa de analfabetismo absoluto e funcional da população de 15 anos ou mais de idade. Embora a proporção de cearenses com Ensino Superior seja inferior ao Nordeste e o Brasil, em 2017, a variação percentual em relação a 2016 foi superior às demais regiões analisadas. Já nos indicadores de mercado de trabalho é possível observar que o Ceará apresentou uma queda na taxa de participação maior que o Nordeste, enquanto que no resto do país houve um crescimento positivo.

Das três regiões analisadas o Ceará foi o único que teve queda na taxa de ocupação entre 2016 e 2017. No entanto – observa João Mário – embora tenha apresentado aumento na taxa de desocupação, ela foi menor que o Nordeste e o Brasil. Com relação aos indicadores de desigualdade e renda ocorreu um aumento da desigualdade de renda entre os cearenses medido pelo índice de Gini. “Contudo, nota-se um aumento da renda domiciliar per capita superior ao Nordeste e o Brasil. Além de ter sido o único entre as três regiões que reduziu a proporção de pessoas em situação de pobreza. Embora tenha ocorrido um aumento na proporção de pessoas em situação de extrema pobreza, ela foi inferior ao Nordeste e o Brasil”.

DESAFIOS 

O documento, que aponta as conquistas sociais do Ceará, também mostra os desafios que devem ser enfrentados. Dentre eles, a questão da infraestrutura domiciliar, como o acesso a abastecimento de água e saneamento básico, além da necessidade de redução da extrema pobreza no Ceará. Na infraestrutura, apesar da universalização do acesso à energia elétrica, cerca de 23 por cento dos domicílios cearenses não tem acesso ao abastecimento de água pela rede geral de distribuição. Outro indicador em situação adversa é o percentual de domicílios com sistema adequado de esgotamento sanitário, apenas 63,1 por cento dos cearenses, em 2017, possuíam escoamento adequado.

Por fim, embora o Estado tenha reduzido a taxa de pobreza nos últimos anos, a extrema pobreza exige maior atenção, 9,9 por cento dos cearenses ainda vivem em situação de subsistência. Especialmente, destaca-se o desafio da superação da extrema pobreza infantil, já que aproximadamente 11,9 por cento das crianças de 0 a 5 anos, em 2017, encontravam-se nessa situação, valor superior à média da população total do Estado. Para João Mário, o documento Indicadores Sociais do Ceará “é de grande valia para a nossa sociedade e os tomadores de decisão por ressaltar e fornecer subsídios para o planejamento e execução de políticas voltadas para a redução das disparidades e promoção do desenvolvimento econômico em nosso Estado”.

Coordenado por João Mário, o estudo Indicadores Sociais do Ceará, composto por 74 páginas, foi elaborado por Luciana de Oliveira Rodrigues; Rayén Heredia Peñaloza; Jimmy Lima de Oliveira; Victor Hugo de Oliveira; e Dércio Nonato Chaves de Assis. O documento contempla, além da apresentação, resumo dos indicadores e análise detalhada dos indicadores, este último abordando Aspectos demográficos; Condições de domicílios; Saúde; Educação; Mercado de trabalho e Renda, desigualdade e pobreza, e Considerações finais.

Clique aqui e acesse o Indicadores Sociais do CEARÁ 2017.

Assessoria de Comunicação do Ipece
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