Estudo do Ipece analisa participação da administração pública na economia

4 de janeiro de 2019 - 11:45

Com o objetivo de analisar a participação da administração pública na economia considerando primeiramente as regiões e os estados brasileiros e, em seguida, os municípios cearenses, buscando pensar de que forma a gestão pública pode ajudar na dinamização e na diversificação das estruturas produtivas, o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), órgão vinculado à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do Governo do Estado, acaba de publicar, por intermédio a Diretoria de Estudos de Gestão Pública (Digep),  o Ipece/Informe (nº 144 – dezembro/2018) – Análise da Participação da Administração Pública na Economia do Brasil e do Ceará.

De acordo com o titular da Digep, Cláudio André Gondim (um dos autores do trabalho, juntamente com o assessor Técnico Aprígio Botelho Lócio), as análises efetuadas mostram que “existem evidências de que há uma relação negativa e significante entre os níveis de desenvolvimento humano e a participação da Administração Pública na economia de certa localidade. Considerou-se que isso tende a ocorrer, pois, as economias mais dinâmicas são, em geral, mais diversificadas e inovadoras”. Outra evidência importante – destaca – foi que essas participações da Administração Pública não tendem a se modificar muito ao longo do tempo, evidenciando que o processo de mudança parece ser de médio e longo prazo.

No caso do Ceará – afirma Cláudio André -, foram constatadas grandes disparidades entre os seus municípios, sendo que muitos deles apresentaram uma grande dependência do setor público. “Assim, em busca de lidar com essa questão, argumentou-se que fatores tais como a descentralização dos investimentos públicos do Governo do Estado, a maior integração das economias locais, o aproveitamento de vocações locais e o desenvolvimento de novas capacidades seriam fundamentais para lidar com os entraves estruturais e, então, levar as economias de municípios relativamente menos desenvolvidos para outro patamar”.

Eusébio, Maracanaú, São Gonçalo do Amarante, Fortaleza, Quixeré, Sobral, Aquiraz, Aracati, Horizonte e Missão Velha são os dez municípios com as menores participações da administração pública do Ceará, isso em 2015. Eusébio tem índice de 10,89 por cento do Valor Adicionado Bruto (VAB) – que é dado pela soma do que cada firma/organização agrega de valor no seu processo de produção excluindo, portanto, os bens de serviços utilizados como insumos para a produção de outros produtos -, enquanto Missão Velha tem 20,65 por cento.  Já os dez maiores são: Martinópole (60,35 por cento), Carnaubal, Catarina, Miraíma, Graça, Tejuçuoca, Choró, Alcântaras, Granjeiro e Pires Ferreira, este último com 66, 59 por cento.

O estudo constata que apenas 13 dos 184 municípios cearenses apresentaram participações menores que a do Ceará em 2015 (de 23,66 por cento); que 68 deles obtiveram participações superiores a 50 por cento naquele ano; e que, entre 2010 e 2015, 108 apresentaram reduções em suas participações. Desta forma, “parece ter havido certa melhora em 2015 quando comparado a 2010 no que se refere a esses critérios”. No entanto, ao analisar o resultado líquido dessas mudanças, é possível verificar que a participação da Administração Pública do Ceará como um todo mudou pouco entre esses anos, passando de 23,75 por cento para 23,66 por cento.

Clique aqui e acesse o IPECE Informe Nº 144 – Análise da Participação da Administração Pública na Economia do Brasil e do Ceará.

Assessoria de Comunicação do Ipece
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