Novo estudo do Ipece analisa mudanças na estrutura produtiva cearense no período 2013 a 2016

8 de novembro de 2018 - 17:07

Em 2013, o Ceará possuía um total de 56.777 unidades locais com receita bruta de revenda no comércio, ocupando a nona colocação do ranking nacional, com uma participação de 3,26 por cento. Em 2016, o número de unidades locais totalizou 46.092, com o Estado ficando na décima colocação, com uma participação de 2,74 por cento do país. Tal resultado foi superior a registada pelo Espírito Santo e pelo total da região Norte. Mas com relação à margem de comercialização nas empresas comerciais, o Ceará, que em 2013 registrou valor de R$ 13,4 bilhões, ocupando a 12ª colocação, com 2,18 por cento do país, em 2016 atingiu R$ 17,9 bilhões, passando para a 11ª colocação nacional, uma participação levemente superior de 2,43 por cento do Brasil. Os dados estão no Ipece Informa (nº 138 – novembro/2018) – Mudanças na estrutura produtiva do comércio cearense: uma análise comparativa com o país no período de 2013 a 2016, que acaba de ser publicado pelo Instituto de Pesquisa e estratégia Econômica do Ceará (Ipece).

O documento revela que a crise econômica vivida pelo país desde o final de 2014 resultou em redução progressiva no número de empresas comerciais no país. Todas as regiões foram atingidas, especialmente a região Sudeste, Nordeste e Sul. O resultado imediato foi perda de participação da região Sudeste no total da receita de revenda, no total da margem de comercialização e no total dos gastos com salários, retiradas e outras remunerações na comparação dos dois anos. O Nordeste também apresentou perda de participação nacional apenas no quantitativo de unidades comerciais, todavia, destacou-se ao registrar o maior ganho de participação na margem de comercialização. O Ceará também verificou perda de participação nacional e regional apenas no número de unidades comerciais, em função da redução no quantitativo dessas empresas, mas destacou-se pelo ganho de participação regional especialmente na margem de comercialização e na receita bruta de revendas.

De acordo como analista de Políticas Públicas Alexsandre Lira Cavalcanti, autor do estudo, na análise da estrutura produtiva por atividade das empresas de comércio, o grande destaque foram as empresas do comércio varejista, que apesar da forte redução do número de unidades comerciais, ganharam participação em todas as outras quatro demais variáveis investigadas, em especial, na receita bruta de revenda e nos gastos com salários retiradas e outras remunerações. As empresas que mais sofreram os efeitos da crise econômica, perdendo participação em todas as variáveis analisadas foram as de vendas de comércio de veículos, peças e motocicletas, especialmente pela redução de participação na receita bruta de revenda, nos gastos com salários, retiradas e outras remunerações e na margem de comercialização, explicado principalmente pelo movimento de retração no número de unidades comerciais e consequentemente no número de pessoas ocupadas.

O Ceará, em 2013, registrou uma receita bruta de revenda na atividade de comércio no valor de R$ 67,1 bilhões, ocupando a 12ª segunda colocação, com uma participação de 2,26 por cento, enquanto que, em 2016, a receita bruta de revenda passou a ser de R$ 85,7 bilhões, com o Estado mantendo a mesma posição, mas com uma participação levemente superior de 2,41 por cento. Quanto à análise de pessoas ocupadas em empresas comerciais, o Ceará, em 2013, registrou um total de 289.789 – 10ª posição nacional, com uma participação de 2,78 por cento, enquanto que, em 2016,  esse número caiu para 280.702 pessoas ocupadas, mantendo o Estado na mesma colocação, mas com uma participação levemente superior de  2,80 por cento do país. Com relação à estrutura dos gastos com salários, retiradas e outras remunerações em empresas comerciais, o Estado, em 2013, registrou valor de R$ 3,36 bilhões, ocupando a 11ª primeira colocação nacional, com uma participação de 2,0 por cento do país. Em 2016, esse valor passou a ser de R$ 4,57 bilhões, o que levou o Estado para o 10º lugar e uma participação levemente superior de 2,13 por cento do país.

Clique aqui e acesse o IPECE Informe – Nº 138 – Mudanças na Estrutura Produtiva do Comércio Cearense: Uma análise comparativa com o país no período de 2013 a 2016.