Três artigos compõem nova edição do Boletim de Gestão Pública lançado pelo Ipece

25 de outubro de 2018 - 14:57

Uma nova edição do Boletim de Gestão Pública (nº 07 – março/abril/2018) acaba de ser lançada pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), órgão vinculado à Secretaria do Planejamento e Gestão (Seplag) do Estado. O trabalho, coordenado por Cláudio André Gondim Nogueira, diretor de Estudos de Gestão Pública do Instituto, apresenta três artigos: “Conhecer o consumidor: uma condição necessária para a definição de estratégias sustentáveis no mercado de água do Ceará”; “A importância do big data para melhoria das gestões governamentais” e “Uma análise dos indicadores de governança dos Brics no período 1996-2016”.

No primeiro artigo, que tem como autores Cláudio André Gondim Nogueira e Cleyber Nascimento de Medeiros, é reconhecido que o planeta vem passando por graves problemas climáticos e ambientais, o que é agravado pela a utilização exagerada dos recursos naturais, o que é, em boa parte, causado pela ausência de incentivos apropriados para que os agentes econômicos utilizem esses recursos de forma eficiente e sustentável. Um dos recursos naturais que vem experimentando uma forte pressão no contexto descrito é a água. Neste caso, além do consumo excessivo, o problema é agravado pelo fato desse bem ser considerado essencial (e, portanto, as políticas públicas buscam promover o seu acesso a todos), pela existência de subsídios cruzados e pelo fato de várias empresas que ofertam o bem operarem sob a forma de monopólio. Considerando o caso do Ceará, um estado que sofre com as intempéries climáticas e com a falta ou com a má distribuição de chuvas, os autores sugerem que novas estratégias devem ser adotadas para que essa situação seja revertida no longo prazo. Mais especificamente,  argumentam que saber as características, as atitudes e as tendências dos usuários dos serviços de distribuição de água possibilitaria a adoção de outros mecanismos complementares de conservação que podem fazer parte da estratégia de mercado das empresas distribuidoras, possibilitando a otimização de seus ganhos ao longo prazo, mas também preservando a capacidade de satisfazer as necessidades de seus clientes. Os autores destacam que atualmente o Governo do Estado do Ceará está negociando com o Banco Mundial um contrato de empréstimo para financiamento do Projeto de Apoio à Melhoria da Segurança Hídrica e Fortalecimento da Inteligência na Gestão Pública do Estado do Ceará (IPF/CE).

Já o segundo artigo, que tem como autores Tiago Emanuel Gomes dos Santos e Cláudio André Gondim Nogueira, apresenta a importância do Big Data para melhoria das gestões governamentais. Com o avanço rápido da tecnologia e a necessidade de se responder às grandes mudanças e integração das tecnologias da informação em praticamente todos os aspectos da vida humana, os gestores governamentais terão que saber lidar com grandes volumes de dados e o seu crescimento de forma exponencial. Esse crescimento, de acordo com os autores,  tem demandando por novas formas de coleta, armazenamento, mas principalmente análise desses dados que se encontram muitos deles desestruturados. O Big Data poderá trazer grande retorno para as gestões governamentais, pois pode nutrir os governos de informações estratégicas para que ações sejam tomadas antes que grandes problemas sociais surjam, tornando os investimentos públicos muito mais eficientes, inclusive reduzindo os gastos e melhorando a qualidade dos serviços prestados à população. Casos de sucesso da utilização do Big Data em outros países e no próprio Brasil podem servir, se usados corretamente, para ajudar a resolver muitos problemas das cidades.

O terceiro artigo, de acordo com os autores Cláudio André Gondim Nogueira, Heloísa Benevides Pontes Aragão e Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte, aborda a questão da governança ao nível de países, considerando o caso dos BRICS no período de 1996 a 2016. No caso, tem-se que o tema governança encontra-se atualmente em evidência, pois, sem bem desempenhada, esta assegura que os governantes exerçam sua autoridade de acordo com os interesses de seu povo, em busca do desenvolvimento e bem-estar de uma nação. Com base nas análises empreendidas neste breve estudo, é possível verificar que os países que formam os BRICS exibiram resultados relativamente modestos, considerando-se os padrões mundiais, apresentando, portanto, amplo potencial de melhoria. A África do Sul, em particular, merece destaque no grupo, apresentando muitos resultados acima da média mundial (mas que, em alguns casos, tem tendido a piorar ao longo dos anos) e maiores que os dos demais membros. Por outro lado, a Rússia parece ser o país com maiores dificuldades para aprimorar a qualidade da sua governança. Já o Brasil situou-se dentro do grupo em uma posição intermediária e, em relação ao mundo em torno da média, em algumas situações apresentando resultados positivos e em outras obtendo valores negativos para os seus indicadores padronizados.

Clique aqui e acesse o Boletim de Gestão Pública – Março/Abril 2018 – edição Nº 07

 

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